Intitulada Registro Espúrio, a operação foi deflagrada nesta quarta-feira e tem outros parlamentares no radar, como os deputados federais Jovair Arantes (PTB-GO) – relator na Câmara do impeachment de Dilma Rousseff (PT) –, Paulinho da Força (Solidariedade) e Wilson Filho (PTB-PB).
PF combate fraudes em registros sindicais junto ao Ministério do Trabalho no Distrito Federal, São Paulo, Goiás, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais.
— Polícia Federal (@policiafederal) 30 de maio de 2018
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A ação da PF atende a uma solicitação do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que atendeu ao pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge.
Nas buscas dos gabinetes dos parlamentares, na casa de Jefferson e também na sede da Força Sindical (vinculada a Paulinho da Força), os policiais buscam provas sobre uma suposta organização criminosa que atuava no Ministério do Trabalho, hoje nas mãos do PTB.
De acordo com a investigação, cinco núcleos de atuação estruturavam o esquema criminoso (administrativo, político, sindical, captador e financeiro), com pagamentos que chegaram a R$ 4 milhões para que um único registro sindical fosse liberado pela pasta.
"Desde 2017, parte dos integrantes do grupo criminoso responde a uma ação por improbidade administrativa em andamento na Justiça Federal, em Brasília", diz um comunicado divulgado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Os investigadores encontraram indícios de que 10 servidores eram usados para viabilizar as fraudes, violando a ordem cronológica de requerimentos e direcionando resultados de solicitações. Parlamentares teriam atuado com a indicação e poder em cargos estratégicos.
"O quarto segmento identificado pelos investigadores era o captador: lobistas e advogados que faziam a intermediação entre os sindicados interessados em registros com os demais integrantes da organização criminosa. O esquema se completava com a atuação do núcleo financeiro que viabilizava os pagamentos (das entidades sindicais para os envolvidos) por meio da simulação de contratos fictícios de trabalho", completa a nota da PGR.
Até o momento nenhum dos parlamentares ou dos partidos investigados se pronunciou.