A estimativa da Organização é menor que a prevista anteriormente, de 2,2%. O valor também é menor que o que aponta o boletim Focus, divulgado pelo Banco Central de acordo com a expectativa do mercado. Já para 2019, o estudo prevê que o PIB do país deverá crescer 2,8% em 2019.
"O quadro mudou drasticamente, o próprio governo admite que se o crescimento chegar a 2,5% do PIB vai ser muito, o mercado também está revisando as taxas. Com essa gigantesca dos caminhoneiros, os indicadores vão mostrando que a paralisia econômica e podem chegar facilmente a 0,5%, 1%. A previsão da OCDE dentro de um quadro tão complicado é até gentil", avalia.
A avaliação do estudo da OCDE faz uma ressalva ao Bolsa Família e classifica o programa como um sucesso. Não foi uma opinião diferente do que o apontado pela própria organização em março deste ano, quando Jens Arnold, economista responsável pelo Brasil disse acreditar que este era o único gasto brasileiro que efetivamente chega aos mais pobres.
Para Kasznar, porém, o problema maior se concentra no acompanhamento dos gastos com benefícios sociais. De acordo com o economista, tem sido "comum perceber problemas associados ao Bolsa Família, Farmácia Popular, Minha Casa Minha Vida e diversos outros programas que foram desenvolvidos e que, no fundo, não são acompanhados da devida auditoria e percepção numérica família a família nos seus verdadeiros direitos e obrigações".
"Quando o indivíduo adquire um nível de renda [superior], ele por si mesmo deveria entregar ou abrir mão de uma bolsa governamental, mas isso tem sido sumariamente raro, piorando os requisitos de uma distribuição de renda mais adequada. Não podemos esquecer que há pobreza, mas há absurdos. Este ano no Rio Grande do Sul houve novas 57 mil seguros defeso por conta da pesca, mas há localidades em que sequer há rios ou lagoas. Como justificar isso?", critica.
O economista conclui dizendo que é preciso "monitorar e fiscalizar muito melhor e com ética exatamente estes benefícios que em certos casos são necessários, mas que em outros viraram moeda de troca para angariação de votos junto a agremiações e partidos políticos".