Falando durante uma cúpula organizada pelo Conselho Europeu de Relações Exteriores, o financista disse que a União Europeia (UE) está enfrentando uma "crise existencial", mas que os britânicos devem ter a chance de votar novamente em qualquer acordo definitivo do Brexit para permanecer no grupo nos termos atuais.
Soros tem sido fortemente criticado por suas doações de mais de £ 800.000 (US$ 1,062 milhão) para campanhas pró-UE.
As promessas incluíram 400 mil libras para o programa Melhor para a Grã-Bretanha, um grupo de campanha fundado por Gina Miller, que derrotou com sucesso o governo por desencadear o Artigo 50 — a carta que oficialmente deu início ao processo Brexit — sem consentimento parlamentar.
"A maior parte do dano é sentida agora mesmo quando a UE está em crise existencial, mas sua atenção é desviada para a negociação de um acordo de separação com a Grã-Bretanha. Essa é uma proposta de perda, mas pode ser convertida em uma situação ganha-ganha", declarou Soros.
"Em última análise, cabe ao povo britânico decidir o que querem fazer. Seria melhor, no entanto, se eles chegassem a uma decisão mais cedo do que tarde. Esse é o objetivo de uma iniciativa chamada Melhor para a Grã-Bretanha, que eu apoio. Ela lutou e ajudou a ganhar uma votação parlamentar significativa que inclui a opção de não sair de jeito nenhum", emendou.
Ainda de acordo com o magnata, "isso seria bom para a Grã-Bretanha, mas também tornaria a Europa um ótimo serviço ao rescindir o Brexit e não criar um buraco difícil de preencher no orçamento europeu".
"Mas o público britânico deve expressar seu apoio por uma margem convincente para ser levado a sério pela Europa", acrescentou.
O bilionário já foi alvo de intenso escrutínio depois que o ex-líder do partido UKIP, Nigel Farage, que foi um dos protagonistas pela saída do Reino Unido da UE. Ele advertiu os eurodeputados em Bruxelas sobre a influência "verdadeiramente extraordinária" de Soros sobre o Brexit. Os comentários foram feitos depois que surgiu Soros injetou US$ 18 bilhões (£ 12,97 bilhões) no fundo Open Society.
"Eu temo que possamos estar olhando para o maior nível de conluio político internacional na história", disse Farage no Parlamento Europeu no ano passado. "Quando estamos falando de dinheiro no exterior, quando estamos falando de subversão política, quando estamos falando de conluio, me pergunto se estamos procurando no lugar errado".
"E digo isso porque George Soros deu recentemente à Open Society que, claro, campanhas pela liberdade de movimento de pessoas e estruturas supranacionais como a UE, US$ 18 bilhões. E sua influência aqui e em Bruxelas é verdadeiramente extraordinária", comentou Farage.