Netanyahu instruiu o então chefe de pessoal das Forças de Defesa de Israel (FDI), Benny Gantz, para que preparasse os militares com o objetivo de realizar um ataque a Irã dentro de 15 dias após a ordem, segundo Pardo. O ataque seria dirigido contra alvos nucleares iranianos, o que, na opinião do ex-chefe de Inteligência, "sem dúvidas", teria sido igual à decisão de começar uma guerra contra Teerã, informou a mídia israelense.
"Consultei todos para entender quem está autorizado a começar uma guerra"
Pardo, que tinha ocupado o cargo nesse mesmo ano, não estava seguro da ideia, e inclusive tentou averiguar se o primeiro-ministro teria autoridade para organizar a ação.
Ele ainda chegou a pensar em renunciar se a situação atingisse ponto sem volta, mas a ideia de atacar as instalações nucleares do Irã foi finalmente descartada, depois que Pardo e Gantz se opuseram ao plano de Netanyahu.
"Falei com antigos chefes do Mossad. Falei com consultores jurídicos. Consultei todos que pude consultar para entender quem está autorizado a dar instruções sobre a questão de começar uma guerra", assinalou o ex-chefe, explicando que queria "ter certeza" de que "se algo errado acontecesse, mesmo se a missão tivesse falhado", não haveria "nenhuma situação de organização de operação ilegal".
As revelações ocorreram um dia após as novas declarações de Netanyahu, que prometeu "continuar atacando" alvos iranianos na Síria.
Nos últimos meses, Tel Aviv intensificou suas ações militares contra o país árabe, argumentando uma suposta acumulação de forças iranianas. Irã e Síria acusam os israelenses de estarem violando o decreto internacional com estes ataques e alegam que Tel Aviv usa qualquer pretexto para atacar o país e ajudar as forças terroristas.