Por meio de Medida Provisória, Temer indicou que os recursos que serão utilizados para pagar o desconto no preço do diesel, que permitiu o fim da greve dos caminhoneiros, virá de áreas como o Sistema Único de Saúde (SUS), bolsas de estudo, programas de habitação, reforma agrária, entre outros. Ao todo, o cancelamento foi de R$ 3,82 bilhões, segundo o Valor Econômico.
Morais diz que a saída de dinheiro destes setores é compreensível dentro da lógica do orçamento público:
"De algum lugar esse dinheiro tem que vir, e não adianta pensar que um dinheiro dessa monta virá de programas de menor importância, que demandem pouco investimento. Na verdade, a gente tem que buscar dinheiro onde ele está e no caso ele está na saúde e educação. Portanto, é uma escolha de Sofia o que o Governo está fazendo", disse o também professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) à Sputnik Brasil.
O pesquisador afirma que concorda com a política de deixar o preço dos combustíveis no Brasil flutuar de acordo com o mercado internacional, mas que estas alterações não deveriam ser diárias. Ele também pontua que Temer mostrou-se fragilizado na negociação e outros grupos organizados também poderão buscar seus pleitos:
"É um governo fragilizado, com mínima capacidade de negociação e de barganha. A falta de legitimidade que o Governo tem restringe demais a capacidade que ele tem de não transigir", disse Morais à Sputnik Brasil.