Para o observador político da Sputnik, Igor Gashkov, o distanciamento dos europeus em relação aos americanos abre algumas possibilidades estratégicas. Gashkov analisa que a Rússia pode se aproveitar da atual discussão entre Washington e Bruxelas para extrair certas concessões da UE no campo das exportações de energia e na questão ucraniana.
"Eu acho que temos que nos reconectar com a Rússia", disse Juncker em uma audiência em Bruxelas. “Não estou muito feliz com o estado das nossas relações. Nós nunca aceitaremos o que a Rússia fez com a Crimeia ou o leste da Ucrânia. No entanto, temos que ter em mente que todo o território da União Europeia é de cerca de 5,5 milhões de quilômetros. [O território da] Rússia [é] 70,5 milhões [quilômetros quadrados]”, acrescentou.
Em entrevista à Sputnik, o diretor do Centro de Comunicações Estratégicas em Moscou, Dmitry Abzalov disse que a Rússia deveria tentar se aproveitar ao máximo da situação e pressionar por concessões europeias.
A chanceler alemã, Angela Merkel, mostrou uma disposição similar para se reconectar com Moscou. Durante seu recente encontro na Rússia, Merkel e Putin ressaltaram a importância mútua de levar adiante o projeto Nord Stream 2.
Para o diretor do Conselho Russo para Assuntos Internacionais, Andrei Kortunov, essa é uma possibilidade distinta.
“Existem fatores que estão pressionando ambos os lados para isso. O simples fato de que [o presidente francês Emmanuel] Macron e Merkel visitarem Moscou é um sinal muito positivo, porque fazia muito tempo que eles não estavam aqui. O próprio estado dos assuntos internacionais exige uma reaproximação porque Moscou e Bruxelas têm visões parecidas sobre o acordo nuclear iraniano e a transferência da embaixada dos EUA para Jerusalém”, disse Kortunov.
A Comissária Europeia do Comércio, Cecilia Malmström, criticou a abordagem de Washington como "puro protecionismo" e a descreveu como ilegal sob as regras comerciais da Organização Mundial do Comércio.