A decisão do governo austríaco de fechar sete mesquitas e expulsar até 60 imãs como parte de sua campanha contra a radicalização provocou uma onda de indignação online. Algumas pessoas nas redes sociais chegaram a ameaçar Sebastian Kurz pessoalmente.
Enquanto algumas postagens acusavam o chanceler de querer uma "guerra", outros disseram abertamente que ele deveria "se preparar" para a morte, segundo o jornal austríaco Oesterreich.
Outros posts também disseram que o chefe do governo austríaco "se encontrará em uma caixa de lixo", enquanto outros acabavam as mensagens com os dizeres: "Allahu Akbar!".
O gabinete do chanceler confirmou ao jornal que Kurz recebeu "muitas" ameaças de morte, particularmente no Facebook e Instagram, bem como em alguns "serviços de mensagens instantâneas".
A situação foi considerada tão grave que a agência austríaca de inteligência e contraterrorismo A agência de serviço secreto austríaca, o BVT, lançou uma investigação antiterrorista sobre o assunto, de acordo com o Ministério do Interior.
Medidas adicionais também foram tomadas para aumentar a segurança pessoal de Kurz, que atualmente está em visita a Israel, bem como de alguns outros ministros.
Enquanto isso, o porta-voz do gabinete do chanceler disse que o governo não se deixaria "tirado da razão" e continuaria com sua política como planejado.
Os fechamentos das mesquitas e as expulsões dos imãs foram anunciados em 8 de junho. "Sociedades paralelas, islamismo político e tendências de radicalização não têm lugar em nosso país", disse Kurz, comentando a decisão do governo na época.
Algumas das mesquitas são suspeitas pelas autoridades de terem sido influenciadas pela organização ultranacionalista turca chamada Lobos Cinzentos. Os líderes espirituais, que podem ser expulsos, estão atualmente sob investigação por violar a Lei Islâmica de 2015 que proíbe qualquer religião religiosa. comunidades recebam financiamento estrangeiro ou atuem contra o Estado e a sociedade da Áustria.
A decisão de Viena foi imediatamente criticada pelo presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que advertiu que poderia até levar a uma "guerra entre a cruz e o crescente". Mais cedo, o porta-voz do líder turco, Ibrahim Kalin, classificou a ação como "islamofóbica" e disse que foi feita apenas por razões políticas.
No domingo, a Autoridade Religiosa Islâmica da Áustria (IGGO) também criticou a medida do governo dizendo que seu objetivo era "desacreditar" a comunidade muçulmana austríaca para marcar "pontos políticos". Ela condenou particularmente o momento da decisão do governo, já que disse que o anúncio do fechamento de mesquitas na última sexta-feira do mês sagrado muçulmano do Ramadã poucas horas antes das orações era "uma afronta a todos os muçulmanos da Áustria".