De acordo com o levantamento da empresa de informação, dados e medições Nielsen Sports, que estabeleceu um ranking com 30 países de acordo com a porcentagem da população que se diz interessada em futebol, apenas 60% dos brasileiros demonstram interesse pelo esporte mais popular do planeta, figurando como no 13.º lugar do ranking liderado pelos Emirados Árabes Unidos (80% da população aficionados), seguido por Tailândia (78%) e Chile, Portugal e Turquia (os três com 75%).
"A gente atravessa um período muito difícil, tanto a nível nacional, quanto a nível do Rio de Janeiro e outros estados, a crise econômica, a partir de 2015, veio com muita força. Diria, inclusive, que são 4 anos para esquecer", observou.
De acordo com o especialista, os problemas relacionados à economia, política, desemprego, etc., afetaram diretamente a rotina dos brasileiros nos últimos anos, mas destacou que isso não atrapalha o clima de festa na Copa do Mundo se o Brasil for bem na competição.
"A gente tá começando a Copa do Mundo […] No início da Copa do Mundo a gente aguarda o desempenho do time brasileiro. Se a coisa realmente 'pegar', começar a ter um time competitivo, o time for avançando, vai acontecer como acontece em toda Copa, os brasileiros vão ficar mobilizados. Essa mobilização vai surgir naturalmente, porque é difícil imaginar uma indiferença se o Brasil começar a ter uma boa participação nessa Copa do Mundo", destacou.
O cientista político destacou que quando começa a Copa do Mundo e o jogo do Brasil, o brasileiro se desliga dos problemas em torno do país, mas isso não representa uma espécie de alienação aos problemas internos.
"Então eu diria que essa Copa deste ano é uma Copa de um país que está a cinco meses de uma eleição, que muita gente não sabe em quem votar, e, pior, muita gente não sabe se essa eleição consegue melhorar as coisas", disse Ismael, acrescentando que não há uma relação direta entre uma eventual vitória do Brasil com uma alienação da população em relação aos problemas do país.
"É natural que se a seleção conseguir corresponder e for um time competitivo, talvez a gente consiga chegar ao título. E aí, não tenho dúvidas, vai ser um momento de festa. Mas não vai ser uma festa no sentido de esquecer os problemas. Essa alienação não existe já há muito tempo", concluiu.