A Jean-Christophe Chartier, de 52 anos, vão transplantar células estaminais. Para o francês, que sofre de esclerose múltipla, é uma operação difícil que será seguida por quimioterapia e um período de observação médica durante vários meses, mas esta é a única solução.
O francês assinala que durante os últimos anos a doença deixou de progredir, mas agora até os movimentos simples causam verdadeiras dificuldades, quer se trate de comer ou de vestir-se.
Problema principal é falta de informação
Jean-Christophe Chartier soube sobre esse tipo de tratamento no Facebook. Conforme ele, os doentes que sofrem de esclerose múltipla têm pouca informação sobre este método de tratamento, especialmente em francês, e enfrentam o chamado problema de "cautela exagerada de alguns médicos".
"Muitas vezes é sublinhado o risco principal de 0,3% de mortalidade, mas quanto às vantagens do tratamento, isso não é suficientemente sublinhado. Mas em 83,3% dos doentes com doença remissiva não foi registrada deterioração ao longo de quatro anos após o transplante", explicou ele.
Uma francesa, que foi tratada na Rússia, contou no site Alsace.fr que ela pode se levantar e fazer movimentos que antes não conseguia fazer.
Um terço da experiência mundial
Segundo explicou à Sputnik França o médico Denis Fedorenko, o tratamento começou a ser usado em 1997-1998 nos EUA e na Europa e em 1999 na Rússia, em São Petersburgo. O hospital abriu em Moscou em 2005 e os seus médicos, com base na experiência mundial e russa, provaram que o tratamento "é muito eficaz e relativamente seguro".
No entanto, esse tratamento não é reconhecido em todo o mundo. A França é exemplo disso. Na Rússia, Suécia, Reino Unido, Singapura e EUA os médicos podem usar tal tratamento.
"Em todo o mundo fizeram cerca de 3.000 a 4.000 transplantações. Aqui fizemos 1.200. Como consequência, 30% da experiência mundial pertence-nos a nós", assinalou Fedorenko.
O objetivo principal da operação é conseguir parar a doença. Mas 60% dos pacientes registram melhorias, adiciona o médico.
Como é o tratamento?
Segundo Denis Fedorenko, o tratamento leva um mês. Após um exame médico completo, no paciente são injetados preparados especiais que estimulam a saída das células estaminais da medula óssea ao sangue, depois uma máquina especial processa o sangue e escolhe as células estaminais, que são congeladas. Depois, realizam a quimioterapia, que destrói a causa da doença, ou seja, o sistema imune errado. Em seguida, as células são reintroduzidas no corpo que, ao receber o sinal que a pessoa não tem imunidade, começam a se reativar e a criar uma imunidade normal.
No entanto, há um risco de complicações graves que constitui 0,02% em cada 1.200 transplantes. Dois casos acabaram com a morte dos pacientes no hospital. "Essa experiência trágica ajudou a criar algumas tecnologias inovadoras para prevenir tais complicações", concluiu Fedorenko.