A pesquisa, apoiada por 3 mil especialistas em 202 países, revela que nos últimos 6 anos houve um retrocesso global de pelo menos 25 anos. De acordo com o estudo, as maiores riscos para a democracia no mundo de hoje são as ameaças à autonomia dos meios de comunicação, à liberdade de expressão e ao estado de direito.
"Quando você tem uma ampliação do 'demos', uma ampliação do número de pessoas, dos tipos de pessoas que fazem parte deste povo político, das decisões políticas do país, isso significa que você está mudando uma hierarquia social que existia até então. Ora, e quebrar essa hierarquia, dependendo da sociedade, é uma coisa muito complicada", argumentou.
De acordo com ele, a pesquisa da universidade sueca chama a atenção para o fato de que em alguns países em que há uma ampliação da participação do povo nas decisões políticos, há uma reação por parte das elites que querem manter seus privilégios de poder.
Ao comentar os motivos que levam os EUA a serem citados como um país com uma democracia em queda, Marcelo Jackson lembra que trata-se de uma nação formada principalmente por imigrantes e na segunda década do século XXI é uma sociedade que "rejeita o imigrante de todas as formas". Ele argumenta que a inclusão dos imigrantes no processo político causa uma rejeição por parte de quem detém o privilégio político.
De acordo com ele, o que causa a crítica à democracia nos países apontados pela pesquisa sueca é a "relativização da igualdade".