"As nossas preocupações de hoje são […] impedir que a Turquia importe os sistemas russos S-400 e elaborar um 'modus vivendi' [acordo temporário] em relação às nossas respectivas forças e aliados nos locais de estabilização da situação no norte da Síria e bloquear o regresso do Daesh [organização terrorista proibida na Rússia]", disse o diplomata durante seu discurso no Senado.
"A Turquia está enfrentando sérios desafios internos e externos. Estamos dispostos a trabalhar com o recentemente reeleito presidente Erdogan em relação a esses desafios, ao mesmo tempo dando um sinal claro que os problemas nas relações bilaterais devem ser resolvidos", disse o representante do Departamento de Estado dos EUA.
Acima de tudo, o alto responsável oficial comunicou que Washington até estaria disposto a introduzir sanções contra a Turquia caso esta chegue a receber os sistemas S-400.
"Deixamos claro para a Turquia que, caso ela compre os S-400 [à Rússia] haverá consequências. Vamos introduzir sanções conforme a Lei das Sanções contra Adversários dos EUA (CAATSA)", ameaçou.
Além disso, Mitchell destacou que a compra dos S-400 por Ancara "mudará as relações" com Washington de um modo que "dificilmente serão recuperadas".
Já não é a primeira vez que Washington diz que a compra pela Turquia dos S-400 à Rússia não corresponde aos interesses da OTAN. O presidente russo, Vladimir Putin, por sua vez, disse anteriormente que o país tinha decidido acelerar o respetivo processo de fornecimento. Ao mesmo tempo, seu homólogo turco assegurou em 9 de abril que Ancara não iria desistir da compra destas armas, enquanto o chanceler turco prometeu uma "resposta dura" caso os EUA introduzissem sanções contra o país nesta situação.