Pela primeira vez desde o fim da Guerra Fria, o bloco poderá perder sua supremacia aérea, assim como se confrontar com a possibilidade de conduzir operações contra um adversário de igual para igual. A Força Aérea é o principal componente militar da OTAN.
"A impossibilidade de garantir superioridade aérea é uma ameaça para forçar a compra dos sistemas de armamento dos EUA, aumentar os gastos militares, fazer a manutenção da infraestrutura, com dinheiro europeu, mas em conformidade com as regras norte-americanas. Desde a Segunda Guerra Mundial, a OTAN direcionou todas as ações militares visando o princípio de atingir a supremacia aérea. Em geral, o conceito é correto", comentou.
Ele acrescentou que, ao analisar superficialmente o exército de cada país, é possível entender o caráter de sua estratégia – atacar ou defender.
"Países que têm algumas pretensões territoriais ou querem implementar sua política em outros Estados, primeiramente criam Forças Armadas potentes, incluindo grupos aeronavais, o que permite impor posteriormente sua política a outros países", salientou Kratochvíl.
Segundo ele, a realização bem-sucedida dessa estratégia pela OTAN permite aos EUA ditar suas condições ao resto do mundo.
"Como exemplo, é possível citar diversos conflitos que têm ocorrido desde a Segunda Guerra Mundial até o momento atual. E não são apenas conflitos. Aqui podemos citar o desarmamento da República Tcheca, Hungria, Polônia, a devastação das repúblicas pós-soviéticas", disse.
Se os EUA, portanto a OTAN, reconhecerem que podem perder sua supremacia aérea, isso significa que a Pax Americana está chegando ao fim e os EUA terão de cumprir as regras elementares de decência e do direito internacional. Não que eles queiram, mas serão obrigados a isso pelas potências emergentes. Hoje estas potências são certamente a Rússia e a China, mas a Índia e o Irã também começam a desempenhar um determinado papel.