"Já há muito tempo sabemos que as ondas de choque, provocadas por uma explosão de supernova, podem acelerar partículas de matéria à velocidade da luz, 'carregando-as' com uma grande quantidade de energia. Revela-se que processos semelhantes podem ocorrer em outras zonas extremas, por exemplo, nos arredores das estrelas, parecidas com Eta Carinae", destaca o especialista Kenji Hamaguchi do Centro de Voo Espacial Goddard da NASA (EUA).
Assim, ao observar a maior e provavelmente mais perigosa estrela da Via Láctea — a supergiante Eta na constelação Carinae — Hamaguchi e seus colegas descobriram mais uma fonte de raios cósmicos. Os resultados da pesquisa são apresentados no artigo, publicado na revista Nature Astronomy.
Quando foi pela primeira vez catalogada em 1677 por Edmond Halley, era uma estrela de magnitude 4, mas em 1843, após uma erupção que ejetou uma nuvem de poeira 500 vezes maior que o Sistema Solar, ficou mais brilhante, atingindo o brilho de Sirius, apesar de sua enorme distância.
Tudo indica que se trata de um sistema binário exótico que inclui a maior estrela da galáxia, cuja massa supera entre 170 e 250 vezes a do Sol, e seu satélite "relativamente pequeno", cuja massa é de 30 a 80 vezes maior do que a do Sol.
Em seguida, os pesquisadores compararam as últimas imagens com as prévias tiradas em radiação gama, e revelaram que os feixes de raios X não se formam por nuvens de gás, mas por "enxames" de elétrons, que se aceleram a velocidades próximas a da luz.
Segundo supõem os cientistas, uma parte desses elétrons "escapam" dessas nuvens para o meio interestelar e atingem a Terra e outros mundos da Via Láctea. Ou seja, estrelas grandes também podem ser fontes de raios cósmicos, concluem.