Há uma alegação de que os chineses iriam investir US$ 250 milhões (R$ 981,6 milhões) no aumento da produção de petróleo da Venezuela, segundo uma informação da Bloomberg citando Simon Zerpa, ministro venezuelano de Economia e Finanças, que mantém conversações com Pequim.
Surpreso com a notícia, Sudarev comentou que "nos últimos tempos a China se abstém de conceder créditos ao regime de Nicolás Maduro, porque a China é pragmática e racional".
No entanto, segundo ele, as empresas chinesas se estabeleceram na bacia do rio Orinoco, onde estão concentradas as principais reservas de petróleo.
"Eles têm investido lá por muito tempo e é claro que em certo sentido estão interessados em apoiar a falida empresa estatal venezuelana para que ela forneça regularmente petróleo para a China. É este é o interesse pragmático dela e não o de apoiar o regime de Nicolás Maduro", comentou o especialista.
Segundo previsão de Sudarev, levará algum tempo para a empresa PDVSA se recuperar. Ela não poderá absorver imediatamente esses US$ 250 milhões de empréstimos chineses e iniciar a produção tal como fez há 10 anos. O especialista não descarta que talvez isso seja dinheiro perdido para a China, embora a China seja extremamente cautelosa e evite operações de alto risco.
Por sua vez, os Estados Unidos estão tentando isolar completamente a Venezuela na região, e no mundo em geral, fazendo esforços consideráveis para isso. A China discorda categoricamente do bloqueio à Venezuela. Motivo principal: o petróleo.
"Os EUA reagem de forma muito sensível ao fato de a China estar conduzindo uma verdadeira expansão econômica na América Latina […] A China não tem medo desses conflitos, especialmente quando está no limiar de uma guerra comercial com os Estados Unidos. Aqui ela não tem nada a perder. Pelo contrário, essa é uma oportunidade de mostrar seu poderio, influência e confiança em suas capacidades", comentou Sudarev referindo-se à irritação dos EUA pelo apoio da China ao setor petrolífero da Venezuela.
Espera-se que o empréstimo e outros três ou quatro acordos financeiros sejam oficialmente assinados entre China e Venezuela nas próximas semanas.