Inacessível para mísseis antiaéreos
O avião Il-28 se mostrou bastante fácil na produção e uso. Por isso, venceu na competição com outros bombardeiros de frente — Tu-73 e Tu-78. O líder da União Soviética, Josef Stalin, em maio de 1949, ordenou que os aviões Il-28 entrassem em serviço do exército, sendo iniciada a produção em série já em agosto do mesmo ano.
Mas o Il-28 também podia se defender em combates "cara a cara", já que tinha quatro canhões de 23 milímetros NR-23 capazes de atirar 950 vezes por minuto. Quanto a alvos aéreos, eram equipados com bombas FAB de nuances diferentes. E em meados dos anos 50, foi elaborada a modificação Il-28A para a bomba tática RDS-4 Tatiana de 30 quilotons.
Trata-se do bombardeiro com o mais baixo índice de acidentes aéreos entre todos os jatos soviéticos. Nas várias décadas de uso e melhoria do avião, os construtores criaram mais de 15 modificações do Il-28, uma das quais até transportava documentos importantíssimos e carga valiosa.
Vale destacar o passado rico de exportações do bombardeiro soviético — foi fabricado na China, com e sem licença, e na Tchecoslováquia, entrando em serviço em mais de 20 países, da Indonésia a Cuba. No total, foram construídas cerca de 6.300 modificações diferentes do Il-28.
Pela primeira vez, o Il-28 teria sido registrado na zona de conflito na península da Coreia nos anos 1950-1953. Conforme fontes ocidentais, em aeródromos chineses próximos à fronteira com a Coreia do Norte, foram posicionados uns 70 bombardeiros de frente com tripulações soviéticas. Acreditava-se que eles levantariam voo se as tropas da ONU voltassem a atravessar o 38º paralelo para estabilizar a linha de frente. No entanto, não há dados confirmados quanto ao uso de Il-28 na Guerra da Coreia.
O batismo de combate oficial dos bombardeiros ocorreu em 1956 durante a Guerra de Suez. Os Il-28 egípcios efetuaram vários ataques às tropas inimigas na península de Sinai. Os aviões não sofreram perdas do fogo de retaliação, mas sete dos 50 bombardeiros foram destruídos em solo no decorrer de ataques aéreos realizados pelo Reino Unido, França e Israel.
Além disso, em 1962 o Egito usou os aviões na guerra civil iemenita, bombardeando monarquistas e Arábia Saudita. Em junho de 1966, o único Il-28 acompanhado por caças destruiu praticamente a base saudita Khamis Mushait.
A Guerra Civil da Nigéria de 1969-1970, o conflito cambojano-vietnamita e a Guerra do Afeganistão em 1989-1992 — do lado das forças governamentais — foram marcados pela presença dos Il-28. Como consequência, os talibãs não conseguiram atingir nenhum bombardeiro.