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Bolsonaro quer ampliar eleitorado ao adotar discurso liberal na economia, diz professor

© Gabriela Korossy/ Câmara dos Deputados/Fotos PúblicasJair Bolsonaro
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O pré-candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL), se reuniu com o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Peter Michael McKinley, há menos de duas semanas.

Segundo informações da coluna Painel, do jornal Folha de S.Paulo, Bolsonaro tem tentado sistematicamente se aproximar dos EUA, especialmente com o atual presidente Donald Trump.

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Porém, durante sua carreira como deputado federal há 27 anos, Bolsonaro não mostrava um alinhamento tão forte nem com os Estados Unidos e nem com o mercado. Nos últimos anos e especialmente quando passou a se lançar como candidato nas eleições de outubro deste ano, Bolsonaro tem mudado o discurso e a postura para agradar setores da elite econômica brasileira e internacional.

Para Fernando Brancoli, professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a aproximação de Bolsonaro com os Estados Unidos e a adoção de uma agenda liberal na economia tem a ver com a mudança dos eleitores alvos de Bolsonaro.

"Como deputado ele tinha um grupo de pessoas que ele queria atingir, que tinham o hábito mais conservador, mais estatizante. Ele se colocava como um deputado representante dos militares e tinha uma fala bastante específica", afirmou em entrevista à Sputnik Brasil.

No entanto, Bracioli ressaltou que apesar do discurso mais intervencionista na economia, Bolsonaro votou algumas vezes de maneira contraditória.

"Nos últimos anos ele já tinha um comportamento esquisito, ele votou a favor do pré-sal poder ser explorado por empresas estrangeiras, então ele tem um histórico de ter um discurso mais estatizante e em alguns momentos ele vota por um estado reduzido", ponderou.

A mudança do público alvo de Bolsonaro, segundo o professor da FGV, passa também pelo fato de Bolsonaro querer se apresentar como o candidato mais viável da direita brasileira.

"Vale a pena lembrar que os candidatos de direita que podiam ser rivais do Bolsonaro estão com problemas na justiça, então é uma estratégia que mostra que ele está querendo vir para ganhar e em uma medida que ele quer angariar votos e pegar votos de pessoas que vão se sentir mais representadas por um discurso mais liberal na economia", explicou.

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Outra atitude tomada por Bolsonaro para tentar se tornar palatável ao mercado é a escolha da sua equipe econômica. O pré-candidato tem como coordenador econômico da sua campanha o economista Paulo Guedes.

Ele tem indicado para a Fazenda tradicionalmente pessoas do mercado, mas ainda é uma tentativa de sinalização. A gente ainda está em pré-campanha então acho que a gente precisa esperar um pouco para quando homologarem essas candidaturas para a gente entender melhor o que cada um quer fazer", completou Bracioli.

Paulo Guedes é um dos fundadores do Banco Pactual e sócio majoritário do grupo BR Investimentos, que faz parte da Bozano Investimentos. Ele também é um dos fundadores do Instituto Millenium, um think thank do pensamento liberal no Brasil.

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