Entretanto, a imprensa sérvia informou que, em 17 de junho, o primeiro-ministro do Kosovo, Ramush Haradinaj, na presença do embaixador dos EUA em Pristina, Greg Delawie, assinou um contrato com a empresa norte-americana АМ General para a compra de 24 veículos militares HMMWV.
Em resposta às generosas ofertas de Washington, Ramush Haradinaj disse que a transformação da KSF no Exército do Kosovo será realizada em estreita colaboração com seus "aliados". Por sua vez, Greg Delawie expressou satisfação com o fato de os EUA virem a fazer parte de "uma nova era da KSF".
Congrats on signing of contract for provision of Humvees from AM General to the #Kosovo Security Force. We’re excited to be a part of this next era of the KSF! pic.twitter.com/RlBFSEI53H
— Amb. Greg Delawie (@USAmbKosovo) 17 de julho de 2018
Parabéns pela assinatura do contrato de fornecimento de Humvees da AM General à Força de Segurança do Kosovo. Estamos entusiasmados por fazer parte desta próxima era da KSF!
Ljuban Karan, analista militar e tenente-coronel aposentado que serviu na contraespionagem na Iugoslávia, acredita que esta é uma provocação norte-americana, e diz que "não há aqui nenhuma paz".
"Eu acho que é mais um exemplo de pressão militar sobre a Sérvia. Estamos lidando com ações concretas em relação ao armamento, formação e instrução dos nossos potenciais adversários", explicou à Sputnik Sérvia.
Ele enfatiza que, segundo a sua própria experiência, ninguém faz declarações sobre ações militares com antecedência. É preciso adivinhar o verdadeiro propósito dos EUA, oculto por trás de sua generosidade em relação a Pristina.
O analista militar está convencido de que o objetivo final é o desejo da OTAN de reunir tantos países quanto possível para lidar com a influência russa em determinados territórios.
O analista político Aleksandar Pavic acredita que a Sérvia deve expressar um forte protesto contra os EUA e a OTAN relativamente ao apoio de Washington ao projeto do Exército do Kosovo.
Ele ressalta que a União Europeia, que assumiu o papel de mediadora nas negociações sobre o Kosovo, deveria ter reagido à situação, para que os EUA entendam que essa interferência prejudica o processo de negociação. Mas a experiência mostra que Bruxelas geralmente não se apressa em condenar esses procedimentos.
Ramush Haradinaj declarou que, até o final do ano, haverá um exército bem armado no Kosovo. Atualmente, a Força de Segurança do Kosovo possui cerca de 8.000 efetivos.