Segundo o canal ABC, Washington poderá atacar instalações nucleares iranianas já em agosto. A fonte do canal disse que os militares australianos e britânicos poderão ajudar os norte-americanos a detectarem os alvos sem participarem do próprio ataque.
O cientista político russo e especialista em assuntos das Américas, Konstantin Blokhin, comentou a notícia para o serviço russo da Rádio Sputnik, sublinhando que esta pode ter duas explicações.
"A primeira versão é que em relação ao Irã está sendo aplicada a mesma chantagem como a usada [pelo presidente Donald Trump] contra a Coreia do Norte — causar uma escalada fazendo com que a outra parte se sente à mesa de negociações sob condições ditadas pelos EUA", disse o analista.
Porém, há outra versão mais perigosa para Teerã, pois há quase 40 anos que os Estados Unidos "estão obcecados com a ideia de derrubar o regime no Irã".
"É muito possível que os EUA recorram mesmo a isso [ataque contra o Irã]. […] A situação é mais difícil para o Irã pelo fato de, ao invés da Coreia do Norte, ele não ser uma potência nuclear, mas estar apenas no "limiar". Por isso, do ponto de vista da segurança, a Coreia do Norte estava em uma posição melhor — ela tinha a bomba nuclear e Teerã não tem", sublinhou Blokhin.
Para Blokhin, há também outros fatores globais que poderão empurrar os EUA para uma confrontação com o Irã.
"Os norte-americanos querem agora mostrar sua determinação e sua força. Eles estão perdendo a liderança, sua hegemonia no mundo e para assustar todos — tanto seus possíveis adversários como seus aliados e satélites — tal cenário com o Irã é bem provável, infelizmente", concluiu.
Recentemente, Trump ameaçou o Irã com "consequências" graves depois de o presidente iraniano, Hassan Rouhani, ter advertido o presidente norte-americano contra políticas hostis em relação a Teerã, declarando que "EUA devem saber [… ] que a guerra com o Irã será a mãe de todas as guerras".