A assistência de Washington a Kiev no setor de segurança ultrapassou um bilhão de dólares em alguns anos. A Sputnik esclarece como as autoridades ucranianas gastam esse dinheiro e para quem são rentáveis os contratos de fornecimento de armamentos com a Ucrânia.
Sem poupar dinheiro
A maior parte da ajuda vem na forma de equipamento militar e diversos tipos de armamentos. Por exemplo, as Forças Armadas da Ucrânia e outros serviços de segurança adquiriram sistemas de mísseis antitanque, dispositivos de visão noturna, entre outros, no valor de US$ 44 milhões (R$ 165 milhões) neste ano. Além da ajuda humanitária no valor de US$ 500 mil (R$ 1,8 milhão). E as mercadorias não são fornecidas apenas pelos EUA, mas também pela Lituânia, Grã-Bretanha, Canadá e outros países.
O Pentágono, no final de julho, lançou um procedimento para celebrar contratos no valor de US$ 200 milhões (R$ 750 milhões). Esses fundos estão previstos para serem gastos em aquisições de equipamentos militares e munições, apoio logístico, serviços e treinamentos dos militares.
A Rússia alertou repetidamente os países ocidentais para o perigo do fornecimento de armas à Ucrânia, uma vez que isso apenas levará a uma escalada do conflito em Donbass e não contribuirá para a implementação dos acordos de Minsk.
Vida útil expirada
Apesar dos protestos das autoridades russas, a administração dos EUA aprovou em 2017 o fornecimento de armas a Kiev, inclusive de sistemas de mísseis antitanque Javelin. Trinta e sete lançadores e mais de duzentos mísseis guiados no valor de US$ 47 milhões (R$ 176,2 milhões) foram adicionados ao arsenal ucraniano no final de abril deste ano.
Especialistas descobriram que o prazo de vida útil do fabricante havia expirado, mas ele foi prolongado por uma decisão especial antes do envio para a Ucrânia. O uso do Javelin em condições de combate não é recomendado – é perigoso para os militares.
Novo velho RPG
Em maio, o ministro do Interior Arsen Avakov informou que as Forças Armadas da Ucrânia receberam um primeiro lote de 500 lança-granadas PSRL-1. Durante os exercícios, os soldados da Guarda Nacional avaliaram positivamente a eficácia das armas e a liderança militar anunciou sobre um novo "avanço" no rearmamento do exército.
Na verdade, o PSRL-1 é uma cópia de lança-granadas antitanque soviético RPG-7, criado na década de 1960. Sua produção foi implementada pela empresa norte-americana AirTronic, melhorando ligeiramente seu desempenho e ergonomia. O alcance da arma é de 800 metros, o cano pode suportar até mil disparos. O disparo é feito com quaisquer munições que sejam compatíveis com o RPG-7 que, como é do conhecimento geral, depois do colapso da União Soviética o exército ucraniano herdou em grandes quantidades.
A quantidade exata de suprimentos é desconhecida, mas especialistas estimam o valor do contrato em US$ 500 mil (R$ 1,8 milhão), não levando em conta a compra de visores, silenciadores e munições. Esta transação é o primeiro fato oficialmente reconhecido da transferência de armas letais para a Ucrânia.
Veículos usados
Washington não se esqueceu de aumentar a mobilidade do exército ucraniano. Assim, as Forças Armadas da Ucrânia receberam mais de 200 veículos blindados Humvee. Mas, como já era esperado, os veículos não eram novinhos em folha. A maioria dos "novos" veículos foi fabricada nos anos 80 e início dos anos 90, e os próprios norte-americanos não sabiam o que fazer com eles.
Os veículos blindados foram equipados com armas e imediatamente transferidos para as áreas de operações militares em Donbass. No entanto, os militares ficaram insatisfeitos com o estado técnico e a qualidade dos carros de "segunda mão". As janelas e portas de muitos carros eram de plástico e não forneciam nenhuma proteção. Os motores frequentemente enguiçavam e os pneus, que haviam permanecido por muito tempo em armazém, estouravam facilmente.
Mas desta vez as coisas também não funcionaram bem. Durante os testes, o carro blindado não conseguiu ultrapassar uma colina muito pequena, embora o veículo blindado soviético BRDM tenha lidado com essa tarefa sem problemas.
Pode-se concluir que os EUA e seus aliados mais próximos da OTAN, que buscam fornecer armas à Ucrânia, perseguem apenas seus próprios interesses e não são guiados por boas intenções para ajudar seu "melhor" amigo. O Pentágono consegue "empurrar" para Ucrânia, muito lucrativamente, equipamentos militares obsoletos que já deveriam ser reciclados. Além disso, as empresas norte-americanas celebram contratos estáveis e de longo prazo de muitos milhões de dólares para a produção de armas.