A civilização maia, que se estendeu pela América Central e do Sul na época pré-colombiana, começou a experimentar um período de crises que se iniciou em torno do ano 800 da nossa era e que durante os 200 anos seguintes acabou completamente com sua existência, de modo que os conquistadores espanhóis do século XVI encontraram meras ruínas de pedra e cidades desérticas.
Enigma milenário
O colapso do Império Maia foi considerado durante muito tempo um grande enigma para os pesquisadores. Alguns especialistas atribuem este fato a conflitos com outros povos, assim como a doenças e crises comerciais.
Apesar da existência de teorias que explicam o fim da população maia mediante devastadoras adversidades climáticas e, em particular, devido a secas severas, até o momento não havia provas concretas.
No entanto, os cientistas das universidades de Cambridge (Reino Unido) e de Flórida (EUA), que realizaram o novo estudo, publicado na sexta-feira (3) na revista Science Magazine, falaram de um novo método de medir os isótopos de água presentes no gesso — mineral que pode se formar em lagos durante períodos de secas.
Secas devastadoras
Desta forma, os cientistas estimaram que a precipitação anual caiu entre 41 e 54% no momento do colapso do império, enquanto em tempos de seca mais severas, as chuvas reduziram em 70%. Estas condições climáticas rigorosas teria sido um golpe fatal para a subsistência da civilização.
Este método de análise isotópica "é altamente preciso e assemelha-se a medições de água em si", diz David Hodell, diretor do Laboratório Godwin de Pesquisa Paleoclimática de Cambridge.