Segredo do colapso da civilização maia é descoberto no fundo de lago no México

© AFP 2023 / PEDRO PARDOUm homem vestindo hábito maia passa na frente da pirâmide Kukulcan, no parque arqueológico Chichen Itzá, em 20 de dezembro de 2012
Um homem vestindo hábito maia passa na frente da pirâmide Kukulcan, no parque arqueológico Chichen Itzá, em 20 de dezembro de 2012 - Sputnik Brasil
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Um estudo baseado em análises isotópicas de sedimentos de gesso confirmou uma teoria científica sobre o desastre natural que acabou com a civilização maia há mil anos.

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Cientistas britânicos e norte-americanos encontraram uma sólida evidência científica de que as secas foram um fator determinante no declínio e colapso do Império Maia, informou Science Daily.

A civilização maia, que se estendeu pela América Central e do Sul na época pré-colombiana, começou a experimentar um período de crises que se iniciou em torno do ano 800 da nossa era e que durante os 200 anos seguintes acabou completamente com sua existência, de modo que os conquistadores espanhóis do século XVI encontraram meras ruínas de pedra e cidades desérticas.

Enigma milenário

O colapso do Império Maia foi considerado durante muito tempo um grande enigma para os pesquisadores. Alguns especialistas atribuem este fato a conflitos com outros povos, assim como a doenças e crises comerciais.

Apesar da existência de teorias que explicam o fim da população maia mediante devastadoras adversidades climáticas e, em particular, devido a secas severas, até o momento não havia provas concretas.

No entanto, os cientistas das universidades de Cambridge (Reino Unido) e de Flórida (EUA), que realizaram o novo estudo, publicado na sexta-feira (3) na revista Science Magazine, falaram de um novo método de medir os isótopos de água presentes no gesso — mineral que pode se formar em lagos durante períodos de secas.

Secas devastadoras

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Para isso, os especialistas coletaram amostras do lago Chichancanab na península de Yucatán (México), em uma área habitada antigamente pelos maias. Em seguida, analisaram as camadas de gesso presente no local para determinar o nível de isótopos correspondentes à época do declínio maia, detectando uma alta proporção de isótopos pesados, tais como oxigênio-18 e hidrogênio-2, que sugerem um ambiente de seca.

Desta forma, os cientistas estimaram que a precipitação anual caiu entre 41 e 54% no momento do colapso do império, enquanto em tempos de seca mais severas, as chuvas reduziram em 70%. Estas condições climáticas rigorosas teria sido um golpe fatal para a subsistência da civilização.

Este método de análise isotópica "é altamente preciso e assemelha-se a medições de água em si", diz David Hodell, diretor do Laboratório Godwin de Pesquisa Paleoclimática de Cambridge.

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