Novo orçamento de defesa dos EUA oculta estratégia bem pensada, diz analista

© AP Photo / Carolyn ThompsonNovo navio de guerra dos EUA, USS Little Rock, chegando ao porto de Buffalo (imagem referencial)
Novo navio de guerra dos EUA, USS Little Rock, chegando ao porto de Buffalo (imagem referencial) - Sputnik Brasil
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O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou o orçamento de defesa para o ano financeiro de 2019. Na entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, o cientista político Ildus Yarulin revela quais são os objetivos do novo documento.

Na segunda-feira (13), Donald Trump assinou o orçamento de defesa do país para o ano financeiro de 2019 no valor total de cerca de 716 bilhões de dólares (2,7 trilhões de reais), o que representa um aumento de 3% frente ao orçamento de 2018.

O documento presta muita atenção à modernização de quase todas as tropas, incluindo as estratégicas. A Agência de Defesa Antimíssil dos EUA, que faz parte do Departamento da Defesa, deverá começar em breve o posicionamento no espaço de sistemas de vigilância e intercepção de mísseis balísticos.

Dezenas de bilhões de dólares são destinados para a compra de novo equipamento militar, em particular, de veículos de transporte blindados Stryker A1 e caças F-35.

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O orçamento confirma a política dos EUA de não reconhecimento da Crimeia como parte da Rússia e consequentes sanções, prolongando a proibição de cooperação militar com a Rússia (com exceção da cooperação para prevenir conflitos).

O orçamento estipula que existe uma ameaça por causa da "agressão russa", que deve ser contida com medidas militares e esforços conjuntos dos aliados da OTAN.

Na lista de outros adversários dos EUA, incluindo na esfera de cibersegurança, são referidos tais países como a China, o Irã e a Coreia do Norte, o que corresponde ao espírito da doutrina de defesa aprovada antes pela administração Trump.

O doutor em ciências políticas Ildus Yaruin explica, na entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, para que foi necessário incluir estes pontos no orçamento.

"Tudo isso é a continuação da política de Trump: A América acima de tudo, e isso deve ser garantido pelo poder reforçado dos EUA. Por outro lado, é uma resposta aos desafios econômicos: a tentativa de resolver os problemas internos com a criação de novas vagas de trabalho e maiores capacidades industriais. E não descartaria a hipótese de continuação da política iniciada na época por [Ronald] Reagan — a chamada 'guerra das estrelas', quando os EUA e União Soviética se tornaram rivais na corrida armamentista, o que em muitos aspetos foi uma das razões do enfraquecimento da economia da URSS", disse Ildus Yarulin.

De acordo com ele, o atual orçamento de defesa dos EUA permite ao presidente norte-americano resolver uma série de tarefas nacionais.

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"Tudo isso são esquemas elaborados há muito, que ajudam a retirar a iniciativa dos democratas: o fato de o orçamento estar dirigido em geral contra a Rússia, a China e a Irã neutraliza algumas acusações que eram feitas a Trump. Isso acalma também os grandes atores econômicos nos EUA que talvez não apoiem a política dirigida à impugnação de Trump. Em geral, o novo orçamento é, por um lado, um desafio a todo o mundo. Por outro lado, nas relações com os aliados europeus, Trump demonstra que os EUA aumentam as despesas militares, isso significa que os parceiros da OTAN devem fazer o mesmo. Aqui há uma estratégia bem pensada", explicou Ildus Yarulin.

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