A coalizão liderada pelos EUA no Afeganistão concluiu missão de combate em dezembro de 2014, marcando o fim formal da mais longa guerra da história norte-americana. Mesmo assim, tropas dos EUA permaneceram no país para supervisar, treinar soldados afegãos e dar assistência militar sempre que solicitados.
"Os beneficiários são as pessoas que vendem armas", explicou Kelly aos apresentadores Eugene Puryear e Sean Blackmon.
"Certamente isso não criou de modo algum um lugar mais seguro para as pessoas viverem no Afeganistão", enfatizou.
Desde a madrugada de sexta-feira (10), militantes do Talibã e forças de segurança afegãs estão presos em uma batalha mortal na província de Ghazni. Pelo menos 90 soldados e cerca de 200 militantes foram assassinados, segundo o Ministério da Defesa do Afeganistão. Oferecendo apoio operacional, os EUA realizaram múltiplos ataques aéreos e enviaram assessores militares para ajudar os oficiais afegãos.
Citando a ONG Transparência Internacional, Kelly afirmou que os projetos estabelecidos pelos EUA para ajudar os moradores afegãos que fugiram das áreas ocupadas pelo Talibã não estão realmente ajudando os moradores locais.
"É uma situação curiosa, porque quatro vezes por ano um relatório é arquivado […] e eles listaram por meio de muita documentação […] a corrupção e má administração da presença dos Estados Unidos no Afeganistão […] onde o dinheiro foi investido em projetos que encheram os bolsos de empreiteiros e nem sequer produziu o que eles haviam planejado", afirmou ela.
Apesar de os habitantes locais também estarem passando por uma das piores secas dos últimos anos, Washington concentrou seus milhões de dólares em financiamento para a presença de suas tropas de aproximadamente 18.000 soldados e ataques aéreos.
Segundo Toby Lanzer, coordenador humanitário das Nações Unidas no Afeganistão, o país devastado pela guerra pode "enfrentar uma calamidade" se as autoridades internacionais não intervierem e oferecerem ajuda contra a seca, reportou a Al-Jazeera. A última grande seca terminou depois que a região foi atingida por grandes nevascas.
Kelly acrescentou que "o desejo dos EUA de permanecer no país não tem nada a ver com a preocupação humanitária de proteger as pessoas do Talibã".
"É uma manutenção de um sistema ganancioso e controlador e um desejo de enviar sinais para outros países da região que os Estados Unidos não irão embora", concluiu.