Em resposta às sanções norte-americanas, a Turquia elevou drasticamente as taxas aduaneiras sobre várias importações dos EUA. Por exemplo, as taxas de importação sobre tabaco aumentam 60%, sobre o álcool — 140%. As tarifas também foram aumentadas sobre automóveis, cosméticos, arroz, frutas e outras importações dos EUA.
Nesta segunda-feira (13), o Banco Central da Turquia prometeu aos bancos nacionais que assegurará a liquidez por meio de reservas financeiras.
Comentando as tensões entre os dois países, o cientista político, Mikhail Smolin, lembrou que as relações vinham se agravando há muito, principalmente desde a tentativa de derrubar o líder turco na madrugada de 16 de julho de 2016. Para Smolin, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, acredita que o golpe teria sido orquestrado por Washington.
"As tensões são muito sérias: os EUA sob liderança de Trump apostam em Israel como líder da região, mas a Turquia não concorda com isso, tendo ambições de ampliar sua influência no Iraque e na Síria, e os Estados Unidos estão obviamente resistindo a isso. Então temos um conflito se aprofundando", disse o analista para o serviço russo da Rádio Sputnik.
Apesar disso, opina Smolin, a Turquia não está pronta para sair da OTAN nem para romper as relações com os EUA.
"O mais provável é que [a Turquia] venha a balançar entre a Rússia e os Estados Unidos, com Erdogan jogando nas contradições. Ou seja, receber preferências tanto de Washington, quando este precisar da Turquia, como da Rússia, quando esta estiver interessada em apoiar o posicionamento turco", opinou.
As relações entre Ancara e Washington pioraram devido ao caso do pastor evangélico Andrew Brunson, detido pelas autoridades turcas ainda em 2016 por seus supostos laços com o movimento fundado pelo clérigo islâmico Fethullah Gulen, a quem Ancara acusa de ter orquestrado o fracassado golpe militar de 2016.
No início de agosto, os Estados Unidos anunciaram a imposição de sanções contra o ministro da Justiça turco, Abdulhamit Gul, e o ministro do Interior, Suleyman Soylu, por supostamente terem "papéis de liderança" na prisão do pastor.