No total, até 2018, mais de 4.500 aeronaves desse tipo foram construídas. Por sua produção em massa o "falcão de ataque", como os pilotos batizaram respeitosamente a aeronave, é um recorde mundial absoluto entre os caças leves. E por suas capacidades de voo e combate o F-16 figura ao mesmo nível dos principais concorrentes – os caças soviéticos e russos MiG-29.
Pequeno e armado
Na década de 1970, antes da introdução do caça pesado F-15 Eagle, a Força Aérea dos EUA percebeu que necessitava de um aparelho mais barato, simples e tecnologicamente avançado – um caça tático leve para obter superioridade aérea local. Cinco empresas norte-americanas apresentaram seus projetos. O Pentágono concedeu o desenvolvimento do projeto à General Dynamics, que anteriormente já havia criado o bombardeiro tático de dois lugares F-111.
Os testes de voo decorreram de 1975 a 1978. Os primeiros modelos passaram com sucesso pela aceitação militar e então teve início sua produção em série. Muitas soluções tecnológicas inovadoras foram aplicadas no F-16. A carlinga desobstruída em forma de gota proporcionava ao piloto uma visão excelente a partir da cabine. A localização lateral do manche de controle do avião (também conhecido pelo termo inglês side-stick) teve um efeito positivo na ergonomia do caça e na facilidade de pilotagem. Estruturalmente, a aeronave é um monoplano construído de acordo com o esquema clássico, com um motor na parte traseira e asa média.
O F-16 protegeu o espaço aéreo de 25 países, participou de dezenas de conflitos armados em todo o mundo, desde a guerra civil no Líbano em 1981 até à operação militar dos Estados Unidos e seus aliados na Síria. Essas aeronaves realizavam tarefas de conquista da superioridade aérea e eram usadas como armas de ataque. Até o início de 2017, foram registrados mais de 650 incidentes que levaram à perda de F-16. De acordo com o lado norte-americano, nem um único caça dessa classe foi perdido em combate aéreo. Entretanto, os "falcões de ataque" foram por repetidas vezes derrubados por fogo terra-ar. Por exemplo, durante a operação Tempestade no Deserto, em 1991, os norte-americanos perderam pelo menos seis aeronaves como resultado da ação do sistema de defesa antiaérea do Iraque.
Em resposta ao surgimento de caças leves de quarta geração nos países da OTAN, a União Soviética criou o primeiro MiG-29 em 6 de outubro de 1977. O objetivo principal desta aeronave é a conquista da superioridade aérea local em um setor relativamente pequeno da linha de frente. Ataques de longo alcance e perseguição livre são tarefa para os Su-27 mais pesados e suas numerosas modificações. O MiG-29 atua em estreita conexão com o solo, protegendo a infantaria e os veículos blindados da aviação, cobrindo as instalações de retaguarda e neutralizando o reconhecimento aéreo inimigo. De um modo geral, os caças leves são baseados quase junto à linha da frente de batalha, geralmente em aeródromos mal preparados e pouco confortáveis. Por isso, o MiG-29 foi criado como uma aeronave pouco exigente e extremamente confiável.
O caça é feito segundo um esquema aerodinâmico integrado, com asa baixa, empenagem de duas quilhas e motores afastados. O MiG-29 é uma aeronave muito dinâmica. Dois motores RD-33 têm um empuxo com pós-combustão com potência de 17 mil quilos, mais que o suficiente para uma aeronave de 15 toneladas. O caça acelera até 2.450 quilômetros por hora em altitude – isso é melhor que o indicador do F-16.
Devido à maior taxa de subida, a aeronave russa supera o caça norte-americano em combate aéreo de proximidade no plano vertical e, em geral, é mais manobrável. Mas a projeção do "falcão de ataque" em alguns ângulos de visão é quase um terço menor que a do MiG-29, o que significa que é mais difícil de detectar visualmente o F-16.
No entanto, o F-16 é muito mais fácil e confortável de pilotar do que os primeiros MiG-29. Isto foi conseguido através do uso de um sistema de controle elétrico remoto. Os caças leves de construção soviética voavam com base na "mecânica". Para os pilotos ocidentais que, depois do colapso da União Soviética, tiveram oportunidade de levantar o MiG-29 no ar, o caça parecia ser mais pesado, mais rígido e exigia um considerável esforço físico para dirigir. Aqueles que conseguiram lidar com o caça russo e dominaram completamente suas capacidades de voo, mostraram-se entusiasmados e não lhe pouparam elogios.
"Estou impressionado com a capacidade de controle desta aeronave, especialmente sua capacidade de mudar a orientação em voo", admitiu o piloto canadense Bob Wade, um dos primeiros pilotos ocidentais a testar o MiG-29.
"É um caça com enorme manobrabilidade. Não tenho permissão para comparar o avião russo com qualquer modelo ocidental, mas posso dizer com absoluta certeza que, em termos de características de voo, ele não é de modo algum inferior aos análogos ocidentais e, em alguns aspectos, até os supera", comentou.
Aeronaves do futuro
A última versão do caça leve norte-americano foi testada em outubro de 2015. A aeronave recebeu a designação F-16V ou Viper. A aeronave está equipada com o mais novo radar com antena de matriz ativa faseada, um novo painel de instrumentos, um complexo de guerra eletrônica, um sistema de controle de fogo atualizado e um sistema de mira montado no capacete. Diversos países já manifestaram o desejo de modernizar suas frotas de F-16C e F-16D para esta versão.
Muitos especialistas consideram o F-16 e o MiG-29 como aparelhos equivalentes em geral. É evidente que existem diferenças, mas elas não são tão grandes que não possam ser compensadas com o alto nível de habilidade dos pilotos. Ambos os caças travaram combates em diferentes partes do mundo e se saíram bem em numerosos conflitos armados. E suas modificações mais recentes servirão por mais de uma década.