Na opinião do interlocutor da Sputnik Turquia, estes acontecimentos podem ser considerados como o presságio de uma nova etapa nas relações entre a Turquia e a UE.
De acordo com ele, esse passo foi recebido positivamente por parte de Atenas que logo reagiu ao gesto convidando o ministro da Defesa turco, Hulusi Akar, para visitar a Grécia.
"A meu ver, tudo isso indica que no futuro a Turquia e a UE, que ficaram no mesmo lado da barricada na confrontação com a política estadunidense, vão tomar mais medidas ativas conjuntas", ressaltou Baydarol.
Na opinião do especialista, as tendências positivas que surgiram nas relações turco-europeias não são meramente conjunturais.
Encaixando nessa lógica, prossegue Baydarol, os EUA declararam de fato uma guerra econômica não apenas contra a Turquia, mas também contra a UE.
"Hoje em dia na Turquia operam 22 mil empresas estrangeiras, que no total contam com cerca de 50% das exportações. Entretanto, 70% destas empresas são companhias europeias, sendo 6 mil delas alemãs. Desse jeito, as tendências negativas na economia turca afetam diretamente essas empresas, prejudicam os interesses da Alemanha e dos outros países europeus", frisou.
Enquanto isso, o especialista refere que nessa situação não se pode descartar também o fator militar:
"Um dos cenários mais temíveis para a UE é a possível saída turca da OTAN. A revisão por Ancara da sua política no que se trata dos refugiados sírios ou da defesa pode virar um pesadelo para a Europa. É por essa causa que eu considero o degelo das relações entre a Turquia e a UE como um fenômeno a longo prazo. Acredito que se trata do início de uma nova etapa nas relações entre elas. Isto não é idealismo, mas o resultado da formação de um novo equilíbrio de forças e interesses influenciado por fatores externos em mudança."