O Conselho Nacional Iraniano-Americano criticou duramente a criação do Grupo de Ação para o Irã, qualificando a medida como uma tentativa de implementar a visão perigosa do secretário de Estado Mike Pompeo quanto ao Irã.
Para ele, a criação do grupo não deve ser considerada um passo extraordinário dos EUA em relação ao Irã.
"Estes grupos especializados são muitas vezes estabelecidos para coordenar políticas quanto a certos países, considerados de especial importância para os EUA, ou quanto a certas regiões, consideradas importantes", disse.
O especialista lembrou que os Estados Unidos têm monitorado de perto os assuntos internos iranianos há quatro décadas, aplicando sua "política mal disfarçada de mudança de regime". Então, acredita, a criação do grupo em questão não é uma medida radicalmente nova.
"Qualquer pessoa bem informada sabe que a política não declarada dos EUA em relação ao Irã visa mudar o sistema político no país a fim de criar condições que permitam fazer novamente de Teerã um aliado de Washington, basicamente estabelecendo o que existia antes da Revolução de 1979. Não vejo o estabelecimento deste grupo como uma mudança particularmente radical da política americana relativamente ao Irã", opinou.
Comentando a afirmação do Conselho Nacional Iraniano-Americano, que disse que a criação do grupo tenta implementar a visão perigosa de Pompeo relativamente ao Irã, Abedin concordou, sublinhando que a atual administração americana é mais hostil relativamente a Teerã, talvez até mais hostil do que era a de George W. Bush.
O analista lembrou que, após a retirada dos EUA do acordo nuclear de 2015, anunciada por Donald Trump, Mike Pompeo apresentou ao Irã 12 exigências que considera "bastante ridículas".
"Estas exigências são francamente bastante ridículas, pois no fundo equivaliam a um apelo para que o Irã se rendesse; para que o irã aceitasse se tornar um Estado vassalo dos Estados Unidos, mas isso nunca irá acontecer. O Irã não abandonará sua política regional de apoiar o governo sírio […] o Irã não desistirá de seu programa de mísseis balísticos simplesmente porque é o ponto essencial de sua estratégia de defesa dissuasiva", explicou o interlocutor da Sputnik.
"O Irã não é a Líbia ou o Iraque, não é uma presa fácil", ressaltou.
Apesar de ter no momento alguns problemas econômicos, o Irã é uma "entidade bem estabelecida" com 80 milhões de habitantes e os norte-americanos não poderão atingir o seu objetivo, conclui o analista.