Vostok 2018 (Leste 2018) "serão algo parecidos com os Zapad 81, mas em algum sentido até maiores", disse o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, citado pelo canal CBS News, referindo-se aos jogos militares de 1981, realizados pela União Soviética no Leste Europeu.
Espera-se que as manobras contem com participação de quase 300 mil homens, mais de mil aeronaves, duas frotas da Marinha russa, a do Pacífico e do Norte, e todas as Tropas Aerotransportadas, disse Shoigu na terça-feira (28).
Além disso, a China está enviando 3.200 efetivos e cerca de 900 unidades de armamento para esses exercícios, enquanto as estatísticas da participação mongol continuam desconhecidas. As manobras vão decorrer de 11 a 15 de setembro.
Já o porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov, qualificou as manobras como essenciais, dizendo que "a capacidade do país de se defender na situação internacional de hoje, que é muitas vezes agressiva e hostil em relação a nosso país, significa que isso é justificado".
A Revisão da Postura Nuclear estadunidense, publicada em janeiro de 2018, indicou que "hoje em dia, é a competição entre grandes potências, e não o terrorismo, que é o foco primário da segurança nacional dos EUA", disse o secretário de Defesa estadunidense, James Mattis, ao apresentar o documento, relatou a Reuters. Particularmente, ele indicou a Rússia e a China como adversários, chamando-as de "potências revisionistas" que "procuram criar um mundo consistente com seus modelos autoritários".
"Julgando por esse tipo de exercícios, torna-se evidente que a Rússia e a China sentem o mesmo", disse Sleboda à Sputnik. Ele também sublinhou que a participação da Mongólia é outra "indicação interessante de uma maior coesão na área eurasiática, no sentido militar e político".
Além disso, o analista observou que a amizade entre a Rússia e a China, que teve seus altos e baixos desde nos anos 40, não tem sido permanente, mas "está aumentando e não mostra quaisquer sinais de deterioração, mas bem o contrário", não apenas no setor militar, como em "todas as esferas".
Na opinião do entrevistado, as manobras conjuntas de defesa antimíssil entre os dois países também mostram que eles deixaram de se considerar mutuamente "uma ameaça nuclear estratégica" e que "eles preveem que qualquer conflito nuclear estratégico que envolva um deles envolveria naturalmente o segundo".
Sleboda observa que se trata de um "grande passo político em frente" que proporciona uma resposta à postura da OTAN, particularmente dos EUA, no mar do Sul da China e nos estreitos de Taiwan, bem como no que se trata da presença permanente das suas tropas perto da fronteira ocidental da Rússia.