"O presidente Donald J. Trump acredita firmemente que a Coreia do Norte está sob uma tremenda pressão da China por causa de nossas principais disputas comerciais com o governo chinês", disse o comunicado, divulgado por Trump nesta quarta-feira.
O presidente estadunidense acusou Pequim de fornecer a seu aliado "ajuda considerável, incluindo dinheiro, combustível, fertilizantes e várias outras commodities".
"Isso não é útil!", declarou o chefe da administração dos EUA.
Após avanços diplomáticos e uma cúpula realizada em Singapura há quase dois meses, as negociações sobre a desnuclearização de Pyongyang estão paralisadas.
Contudo, Trump insistiu que seu relacionamento com o líder norte-coreano Kim Jong-un permanece "muito bom" e disse que não estava considerando retomar exercícios militares conjuntos na península coreana que Pyongyang considera "provocativos".
A recusa de Trump em criticar Kim e culpar outros pela falta de progresso vem apesar dos relatos de que os EUA receberam uma carta beligerante de Pyongyang, que levou o secretário de Estado Mike Pompeo a cancelar uma viagem à Coreia do Norte no fim de semana passado.
"A China dificulta muito o nosso relacionamento com a Coreia do Norte", prosseguiu Trump na Casa Branca, apesar de insistir que seus laços com o presidente chinês Xi Jinping são "ótimos".
Pequim é o único grande aliado de Pyongyang e o principal país de trânsito para qualquer mercadoria que entre no Norte. Trump disse que a China — irritada com os movimentos dos EUA no comércio — não está mais sendo tão dura quanto poderia ser na Coreia do Norte.
Sobre o assunto dos exercícios militares, que os EUA suspenderam como uma medida de "boa fé" após a reunião de Trump com Kim, o presidente disse que "não há razão para gastar grandes quantias de dinheiro em jogos de guerra conjuntos EUA-Coreia do Sul", embora adicionado, estes poderiam ser retomados se a necessidade surgisse.
Ele fez essas declarações um dia depois que o secretário da Defesa, Jim Mattis, afirmar que o Pentágono não planejava suspender mais nenhum treinamento militar, antes de aparentemente recuar na quarta-feira, insistindo que "nenhuma decisão" foi tomada sobre o assunto.
Trump também reiterou seu desejo de alterar fundamentalmente o status quo comercial entre os Estados Unidos e a China, as duas principais economias do mundo.
Ele disse que precisava assumir uma posição dura com Pequim sobre o comércio "porque não era justo para o nosso país", criticando seus antecessores que "fecharam os olhos" para a questão.