Emirados Árabes Unidos pagaram empresa israelense para realizar espionagem ilegal

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Os Emirados Árabes Unidos contrataram uma empresa de tecnologia israelense para vigiar jornalistas e rivais políticos, segundo documentos apresentados na quinta-feira como parte de um processo judicial.

Duas ações judiciais separadas — uma em Chipre e outra em Israel — acusam a empresa israelense NSO Group de vigilância extrajudicial. Um dos processos também alega que jornalistas mexicanos e ativistas de direitos humanos eram alvos da vigilância do Grupo NSO a pedido de seu governo.

O Sputnik News relatou anteriormente que o spyware, chamado Pegasus, também foi usado contra um funcionário da Arábia Saudita e da Anistia Internacional que estava trabalhando em direitos humanos no reino.

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Anteriormente, o New York Times examinou documentos internos e concluiu que o NSO Group cobra dos governos US$ 650.000 para hackear 10 usuários de telefones iPhone ou Android; US$ 500.000 para cinco usuários do BlackBerry; e US$ 300.000 para cinco usuários Symbian — tudo além de uma taxa de instalação única de US$ 500.000. A empresa também oferece uma taxa de desconto para estados com grandes listas de destino, cobrando apenas US$ 800 mil para hackear 100 telefones.

A tentativa de hackear o funcionário da Anistia veio com um link que se apresentava como um comunicado de imprensa da Anistia; no caso dos Emirados Árabes Unidos, uma afiliada do NSO Group recomendou mensagens como "o Ramadã está perto — descontos incríveis ".

Mas uma vez que o usuário clica no link, ele está basicamente condenado. O Pegasus secretamente permite que o hacker analise mensagens de texto, rastreie e grave chamadas telefônicas, roube senhas, rastreie coordenadas de GPS do dispositivo e revise informações das contas do Gmail, Facebook, WhatsApp, Telegram e Skype.

O Grupo NSO jurou ao longo dos anos que o seu software é usado apenas para vigilância contra terroristas e criminosos, mas documentos no processo, bem como declarações e testemunhos da Anistia Internacional de vítimas no passado, indicam o contrário.

As autoridades dos Emirados Árabes Unidos também queriam vigiar um príncipe saudita encarregado da guarda nacional da monarquia e o primeiro-ministro libanês Saad Hariri.

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