A China considerou isso como um atentado à soberania do Estado e pediu insistentemente ao lado britânico para que parasse com essas provocações para evitar danos nas relações entre os dois países.
O analista chinês Wang Yiwei disse em entrevista à Sputnik China que a entrada não autorizada de um navio militar britânico nas águas das ilhas Paracel é consequência das ambições marítimas britânicas, que os EUA estão tentando usar para inflamar as tensões em torno de Pequim no mar do Sul da China.
"A Grã-Bretanha […] tem influência global. Ela acredita que a Ásia é parte de seus interesses, […] o mar do Sul da China é uma área estratégica para monitorar a situação na península coreana. Portanto, por um lado, o Reino Unido está interessado em participar do futuro acordo de paz na península coreana, protegendo seus interesses em várias ilhas do oceano Pacífico e em algumas antigas colônias, demonstrando assim a existência de uma força global", explicou o analista.
"Por outro lado, os Estados Unidos também esperam arrastar a Grã-Bretanha e a França para o seu lado, de modo que a situação não pareça apenas que os EUA estão discutindo com Pequim sobre o problema do mar do Sul da China, mas sim que toda a comunidade internacional está contra a China", continuou.
Wang Yiwei enfatizou que, do ponto de vista dos interesses econômicos, os ingleses realmente precisam do mercado chinês, mas em termos de segurança e ideologia, a Grã-Bretanha não pode estar junto com a China.
"Esta é a razão de algumas ações contraditórias que vemos por parte do Reino Unido", concluiu.
"A intensificação da atividade da Grã-Bretanha no mar do Sul da China é uma tentativa de atuar como uma frente unida com os Estados Unidos quanto ao status deste mar. Suas ações são conduzidas sob o lema da liberdade de navegação. Nesta questão, a Grã-Bretanha atua em conjunto com os Estados Unidos e a Austrália, que estão ativamente tentando resistir à crescente influência da China", opinou Godovanyuk.
"Ou seja, do ponto de vista da economia, a China é, obviamente, um parceiro. Mas do ponto de vista da estratégia, a China é um concorrente", continuou a analista, acrescentando que, se os EUA veem a China como um concorrente em todos os setores, a Grã-Bretanha tenta "se sentar em duas cadeiras".
"Por um lado, é proclamada a 'era de ouro', mas, por outro lado, há uma intenção de se opor à China nesta região. Para isso, a aliança com o Japão, a Austrália e os EUA é também muito importante", concluiu.