Analistas: EUA usam ambições britânicas no jogo contra Pequim no mar do sul da China

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O Ministério das Relações Exteriores da China comunicou que "em 31 de agosto, o navio de desembarque aéreo britânico Albion entrou nas águas territoriais da República Popular da China, perto das ilhas Paracel, sem a permissão do governo chinês".

A China considerou isso como um atentado à soberania do Estado e pediu insistentemente ao lado britânico para que parasse com essas provocações para evitar danos nas relações entre os dois países.

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O incidente ocorreu exatamente um mês depois da visita à China do ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, Jeremy Hunt. Nessa data, as partes concordaram em fortalecer a "era de ouro" nas relações bilaterais. Pouco tempo depois, o Reino Unido apoiou a iniciativa da China de futuramente iniciar negociações sobre uma zona de livre comércio depois de sua saída da União Europeia. Enquanto isso, o incidente da passagem do navio da Marinha britânica perto das ilhas Paracel pode ser um sério golpe para este projeto.

O analista chinês Wang Yiwei disse em entrevista à Sputnik China que a entrada não autorizada de um navio militar britânico nas águas das ilhas Paracel é consequência das ambições marítimas britânicas, que os EUA estão tentando usar para inflamar as tensões em torno de Pequim no mar do Sul da China.           

"A Grã-Bretanha […] tem influência global. Ela acredita que a Ásia é parte de seus interesses, […] o mar do Sul da China é uma área estratégica para monitorar a situação na península coreana. Portanto, por um lado, o Reino Unido está interessado em participar do futuro acordo de paz na península coreana, protegendo seus interesses em várias ilhas do oceano Pacífico e em algumas antigas colônias, demonstrando assim a existência de uma força global", explicou o analista. 

"Por outro lado, os Estados Unidos também esperam arrastar a Grã-Bretanha e a França para o seu lado, de modo que a situação não pareça apenas que os EUA estão discutindo com Pequim sobre o problema do mar do Sul da China, mas sim que toda a comunidade internacional está contra a China", continuou.  

Wang Yiwei enfatizou que, do ponto de vista dos interesses econômicos, os ingleses realmente precisam do mercado chinês, mas em termos de segurança e ideologia, a Grã-Bretanha não pode estar junto com a China. 

"Esta é a razão de algumas ações contraditórias que vemos por parte do Reino Unido", concluiu. 

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Por sua vez, a analista Kira Godovanyuk, do Instituto da Europa da Academia de Ciências russa, opinou em entrevista à Sputnik China que a região do Indo-Pacífico é uma das prioridades da política marítima da Grã-Bretanha.

"A intensificação da atividade da Grã-Bretanha no mar do Sul da China é uma tentativa de atuar como uma frente unida com os Estados Unidos quanto ao status deste mar. Suas ações são conduzidas sob o lema da liberdade de navegação. Nesta questão, a Grã-Bretanha atua em conjunto com os Estados Unidos e a Austrália, que estão ativamente tentando resistir à crescente influência da China", opinou Godovanyuk.

"Ou seja, do ponto de vista da economia, a China é, obviamente, um parceiro. Mas do ponto de vista da estratégia, a China é um concorrente", continuou a analista, acrescentando que, se os EUA veem a China como um concorrente em todos os setores, a Grã-Bretanha tenta "se sentar em duas cadeiras".

"Por um lado, é proclamada a 'era de ouro', mas, por outro lado, há uma intenção de se opor à China nesta região. Para isso, a aliança com o Japão, a Austrália e os EUA é também muito importante", concluiu.

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