"Eu já disse que nós, infelizmente, vivemos na época da degradação da cultura política. E quando eu disse isso, eu quis dizer sobre nossos colegas do Reino Unido sobretudo. Eu estava dizendo isso com um sentimento de pesar, já que é certamente um país com tradições centenárias de aristocracia, parlamentarismo e cavalheirismo. As coisas que acontecem agora são uma violação grosseira de todas as tradições que costumavam nos fazer respeitar tanto o povo do Reino Unido", disse Nebenzya em uma entrevista para um canal russo.
"É difícil imaginar um tribunal sério, mesmo um tribunal do Reino Unido, por exemplo, que concorde em examinar os argumentos do lado do Reino Unido. Ninguém precisa da verdade, uma vez que uma tecnologia política nova, absolutamente única e absolutamente eficiente foi introduzida — apontar para os culpados sem nenhuma prova. Ninguém precisa [saber quem é] culpado, ou melhor, os culpados, ninguém precisa da justiça", explicou Nebenzya.
Ele prosseguiu dizendo que o fato do Reino Unido não pedir extradição dos suspeitos — alegando que "a Rússia não os entregaria" — significava que o lado do Reino Unido realmente não precisava deles, já que considerava o problema resolvido apenas por apontar cidadãos russos como responsáveis pelo crime.
Em março, o ex-agente russo Sergei Skripal e sua filha Yulia foram encontrados inconscientes em um banco de um shopping center em Salisbury, o que levou o Reino Unido a acusar Moscou de envenenar os dois com o que os especialistas britânicos afirmam ser o agente nervoso A234 (também conhecido como Novichok). As autoridades russas refutaram as acusações e as classificaram como infundadas.