O economista reconheceu que os operadores bolsistas costumam ser sensíveis à participação governamental na atividade dos bancos centrais e lembrou o recente exemplo da Turquia.
"Entretanto, novas desvalorizações do rublo estão longe de serem garantidas. A Rússia tem ferramentas de defesa mais fortes que outros países com mercados emergentes. Ao mesmo tempo, o Banco Central pode aumentar as taxas sempre que seja necessário", explicou o analista.
Ashworth advertiu sobre possíveis novas sanções, mas admitiu que as numerosas medidas anteriores não tiveram impacto considerável na economia russa. "Exceto se as sanções forem adotadas contra a dívida estatal, a economia russa poderá enfrentá-las", acrescentou ele.
O vice-ministro das Finanças da Rússia, Vladimir Kolychev, declarou à Bloomberg que Moscou pode recomprar seus títulos se for necessário. Na verdade, a dívida russa equivale apenas a 13% do seu PIB, por isso a recompra dos títulos é um assunto viável.
Além disso, as reservas de divisas e de ouro da Rússia representam 460 bilhões de dólares (R$ 1,9 trilhões) e o preço do petróleo está crescendo constantemente, destacou o colunista da Bloomberg. Portanto, o país tem uma reserva financeira segura para recomprar sua dívida pública.
Caso o rublo sofra uma queda drástica, o Banco Central aumentará as taxas de juro. A presidente do Banco Central da Rússia, Elvira Nabiullina, anunciou uma discussão sobre o assunto que será realizada em 14 de setembro. Até agora, a economista qualificou o aumento das taxas como uma opção pouco provável.
Segundo os dados citados por Kolychov, a quantidade de títulos russos que possuem os investidores estrangeiros caiu apenas 8% após a imposição das sanções.