'Ocidente cometeu erro estratégico em relação à Síria'

© REUTERS / Omar SanadikiBandeira da Síria em Damasco
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Na sexta-feira passada (7), os líderes da Rússia, Irã e Turquia se reuniram em Teerã para uma cúpula trilateral. Cientista político iraniano comentou os resultados da cúpula, sublinhando que os EUA já não têm como influenciar a situação na Síria.

A operação em Idlib e a regulação da situação na Síria se tornaram os temas principais da cúpula trilateral entre a Rússia, Turquia e Irã que decorreu em 7 de setembro em Teerã.

Para o especialista em assuntos internacionais Seyed Hadi Barhani, a cúpula trilateral foi um sucesso para a diplomacia iraniana, mostrando que apesar da pressão econômica e política o Irã continua sendo um dos jogadores mais importantes na região.

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Já os Estados Unidos desempenham na Síria um papel destruidor do processo de regulação, acredita Barhani, fazendo de tudo para frustrar o sucesso do exército sírio e adiar a vitória sobre os terroristas. Porém, ressalta, "todos estes esforços são em vão, pois os EUA nem exercem influência real na situação nem conseguem parar o processo".

O cientista político iraniano lembra que nestes casos Washington tende a recorrer a uma tática já testada com sucesso: encenações de ataques químicos que eles repetem toda vez que o exército sírio alcança sucesso no combate aos terroristas.

Falando da estratégia americana geral na Síria, Barhani acredita que esta acabou dando errado.

"Em geral, acho que o Ocidente cometeu um erro estratégico em relação à Síria. A razão deste erro é que os países ocidentais enxergam o Oriente Médio pelos olhos de Israel. O lobby israelense nas capitais ocidentais, incluindo Washington, é tão grande que eles avaliam a situação no Oriente Médio do ponto de vista de Israel, agindo nos interesses deste e não nos seus. Eles gastaram bilhões de dólares para derrubar o regime de Bashar Assad, mas nunca conseguiram o objetivo, e agora estão pagando pela sua política cega pró-Israel", opinou o analista em entrevista à Sputnik Persa.

Com ele concorda outro cientista, o chefe do Departamento de Estudos Norte-Americanos da Universidade de Teerã, Seyed Mohammad Marandi. O encontro em Teerã, para ele, contribuiu tanto para a resolução da situação síria como para o fortalecimento das relações entre Moscou, Teerã e Ancara na luta contra as sanções americanas.

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Segundo Marandi, os EUA desde início que apoiaram a guerra na Síria, tal como a Arábia saudita, os Emirados Árabes Unidos, a Turquia e outros países.

"Para enfraquecer o governo sírio, os norte-americanos autorizaram que os sauditas e países do golfo Pérsico ajudassem os extremistas como foi no Afeganistão nos anos 60, mas em maiores dimensões. Os EUA querem que [o grupo terrorista proibido na Rússia] Al-Qaeda permaneça como seu instrumento de pressão na Síria. Além disso, eles mesmos capturaram uma parte significativa da Síria", afirmou Marandi.

Tal como o analista anterior, Marandi diz que os EUA usaram supostos ataques químicos como pretextos para realizar seus ataques aéreos. Agora, sublinha, Washington está preparando bases para que os grupos Al-Qaeda e Tahrir al-Sham e a ONG Capacetes Brancos, ligada à Al-Qaeda, possam efetuar um ataque encenado e culpar outra vez o governo sírio.

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