A operação em Idlib e a regulação da situação na Síria se tornaram os temas principais da cúpula trilateral entre a Rússia, Turquia e Irã que decorreu em 7 de setembro em Teerã.
Para o especialista em assuntos internacionais Seyed Hadi Barhani, a cúpula trilateral foi um sucesso para a diplomacia iraniana, mostrando que apesar da pressão econômica e política o Irã continua sendo um dos jogadores mais importantes na região.
O cientista político iraniano lembra que nestes casos Washington tende a recorrer a uma tática já testada com sucesso: encenações de ataques químicos que eles repetem toda vez que o exército sírio alcança sucesso no combate aos terroristas.
Falando da estratégia americana geral na Síria, Barhani acredita que esta acabou dando errado.
"Em geral, acho que o Ocidente cometeu um erro estratégico em relação à Síria. A razão deste erro é que os países ocidentais enxergam o Oriente Médio pelos olhos de Israel. O lobby israelense nas capitais ocidentais, incluindo Washington, é tão grande que eles avaliam a situação no Oriente Médio do ponto de vista de Israel, agindo nos interesses deste e não nos seus. Eles gastaram bilhões de dólares para derrubar o regime de Bashar Assad, mas nunca conseguiram o objetivo, e agora estão pagando pela sua política cega pró-Israel", opinou o analista em entrevista à Sputnik Persa.
Com ele concorda outro cientista, o chefe do Departamento de Estudos Norte-Americanos da Universidade de Teerã, Seyed Mohammad Marandi. O encontro em Teerã, para ele, contribuiu tanto para a resolução da situação síria como para o fortalecimento das relações entre Moscou, Teerã e Ancara na luta contra as sanções americanas.
"Para enfraquecer o governo sírio, os norte-americanos autorizaram que os sauditas e países do golfo Pérsico ajudassem os extremistas como foi no Afeganistão nos anos 60, mas em maiores dimensões. Os EUA querem que [o grupo terrorista proibido na Rússia] Al-Qaeda permaneça como seu instrumento de pressão na Síria. Além disso, eles mesmos capturaram uma parte significativa da Síria", afirmou Marandi.
Tal como o analista anterior, Marandi diz que os EUA usaram supostos ataques químicos como pretextos para realizar seus ataques aéreos. Agora, sublinha, Washington está preparando bases para que os grupos Al-Qaeda e Tahrir al-Sham e a ONG Capacetes Brancos, ligada à Al-Qaeda, possam efetuar um ataque encenado e culpar outra vez o governo sírio.