Que perigo representa para Trump uma base norte-americana na Polônia?

© AP Photo / Marek LisSistema de mísseis Patriot, fornecido pelos EUA, é estacionado em uma base militar da cidade polonesa de Morąg
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A Polônia planeja implantar uma base militar permanente dos EUA em seu território.

É provável que os dois países passem em breve a ações concretas, considerando que o presidente da Polônia Andrzej Duda poderá discutir diretamente com o presidente dos EUA Donald Trump a segurança na Europa Central e o fortalecimento da presença militar norte-americana na região durante o encontro marcado para 18 de setembro na Casa Branca.

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O analista militar Yuri Zverev explicou, em entrevista à Sputnik Polônia, a viabilidade econômica de uma base permanente no país e se é necessário aguardar movimentos de resposta por parte da Bielorrússia, que está monitorando de perto a situação.

Para Zverev, a implantação de uma base militar norte-americana tem motivação política, o objetivo é fortalecer a posição da Polônia como principal aliada dos EUA na Europa Oriental.

"Aparentemente, certos movimentos nessa direção também partem dos próprios Estados Unidos. Não penso que, neste caso, a Polônia expresse apenas a sua posição", sublinhou.

Respondendo à pergunta sobre a possibilidade de haver objeções de alguns membros ocidentais da OTAN, o analista opinou que a Aliança não é homogênea, inclusive na sua atitude em relação à Rússia.

"Uma coisa é certa: implantação de uma base permanente é um ato provocatório contra a Rússia. Isso viola o Ato Fundador Rússia-OTAN sobre as Relações Mútuas, a Cooperação e a Segurança de 1997, no qual a OTAN se comprometeu a 'exercer sua defesa coletiva e outras tarefas assegurando o potencial necessário de compatibilidade, integração e reforço, e não por implementação permanente adicional de forças de combate significativas'", comentou.

Apesar de muitos defensores da implantação assegurarem que esse ato não tem vínculo legal e que foi escrito para a situação geopolítica existente naquele momento, e que depois da Crimeia e de Donbass a situação mudou, isso é fundamentalmente errado e representa uma violação direta, afirmou Zverev.

Ao mesmo tempo, há defensores de uma implantação rotativa de tropas norte-americanas.

"Em primeiro lugar, o esquema rotativo permite preparar uma grande quantidade de unidades para o futuro teatro de operações de combate […] Em segundo lugar, não podemos esquecer que colocar uma base permanente é uma tarefa difícil até mesmo para os Estados Unidos", explicou o analista.

Para Zverev, a presença rotativa é mais flexível.

Se os norte-americanos implantarem uma base permanente na área sugerida pelos poloneses, esse território estará na zona de alcance dos sistemas Iskander russos baseados na região de Kaliningrado, opinou.

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Respondendo sobre a viabilidade econômica de uma base estrangeira na Polônia, Zverev observou que o país europeu está disposto a pagar um valor substancial.

"Para esses fins o país pretende alocar de US$ 1,5 a 2 bilhões [R$ 6,1 a 8,1 bilhões]. Se usassem esses fundos para compra de armas, então seria possível adquirir uma quantidade suficiente de equipamento militar. Além disso, a Polônia está pronta a fornecer sua infraestrutura existente. Estamos falando do território em Bydgoszcz e Torun. Em Bydgoszcz já existe um número suficiente de diferentes estruturas da OTAN", disse.

Analisando a possível reação da Bielorrússia em relação à implantação de uma base norte-americana, o analista militar comentou que, segundo a posição oficial do presidente Aleksandr Lukashenko, as tropas russas podem aparecer de modo permanente durante um período de ameaça, mas ainda "estamos longe" disso.

Ele acredita que a própria Bielorrússia não antecipará os acontecimentos, mas em caso de implantação permanente de forças significativas dos EUA e outros países da OTAN na Polônia, a Rússia poderia tomar certas medidas como, por exemplo, recriar uma divisão na região de Kaliningrado.

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