A economia americana cresceu, de acordo com o Escritório de Análises Econômicas, 4,1% no segundo trimestre do ano corrente devido ao consumo e exportações, afirmou o colunista da Sputnik Mundo.
O fator que impulsionou a economia, referente ao crescimento por consumo, são as rendas através de dividendos e rendimentos de propriedade. Por conseguinte, a compra de mercadorias não estava sustentada na melhoria de salários dos trabalhadores, que viram sua renda constantemente reduzida como produto da globalização neoliberal.
Mais de 40 milhões de americanos se encontram abaixo da linha da pobreza, avalia dados recolhidos pelo governo americano no final de 2016. Este número contraria a afirmação de que os problemas no mercado de trabalho já estão resolvidos apenas por ter uma baixa taxa de desemprego (3,8%), de modo que o salário mínimo tem que ser aumentado para atender às necessidades das famílias americanas.
Além disso, se o presidente Trump intensificar a guerra comercial contra a China, as empresas americanas adiarão seus investimentos diante da incerteza do comércio com o gigante asiático. Portanto, a indústria americana, contando com insumos baratos da China, teria ainda mais cortes em seus empregos, agravando os problemas do mercado de trabalho.
Uma saída para tal problema, seria a reforma fiscal proposta por Trump para aumentar a presença de cidadãos no mercado de trabalho. Ao reduzir as taxas de impostos, os investimentos aumentariam, criando empregos, além de aumentar as remunerações trabalhistas.
A expansão do déficit fiscal será a desculpa perfeita, já esperada pelas facções conservadoras do Partido Republicano, para começar a acabar com os programas sociais. Quem lucraria com tal reforma seriam os grandes empresários e banqueiros de Wall Street, que verão suas fortunas crescendo por meio da evasão fiscal, que inflará a bolha do mercado de valores estadunidense causando efeitos devastadores para a economia norte-americana.
Além disso, o líder americano propôs um plano de infraestrutura no valor de 1,5 trilhão de dólares no prazo de dez anos, para recuperar os empregos perdidos causados pela desindustrialização da economia do país. Porém, o programa não conseguiu completar seu objetivo e tal deficiência na infraestrutura custará caro para os Estados Unidos, em termos de competitividade, produtividade e custos para suas empresas.
Se a promessa do presidente de gerar empregos com altos salários no setor manufatureiro não for cumprida, ele perderá um grande número de eleitores, que esperavam uma mudança radical na manufatura com a aplicação de medidas protecionistas para proteger o setor industrial.
Pode-se concluir que o programa de infraestrutura será mais um plano de privatização encoberto em serviços públicos, onde os empregadores não hesitam em cobrar preços exorbitantes por esses serviços, de modo que acabarão com a infraestrutura pública.
Além disso, as empresas privadas se concentrarão em projetos lucrativos que lhes permitam recuperar rapidamente seus investimentos. É muito provável que projetos em áreas rurais que não oferecem altos retornos não atraiam investimentos suficientes, fazendo com que com essas regiões continuem sofrendo com a ausência de assistência pública.
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