Maggi deve desembarcar no país africano, conforme relatou a mídia local, à frente de uma missão empresarial para analisar a formação de parcerias no domínio do agronegócio com representantes públicos e privados. Na capital, Luanda, ele participará de um fórum econômico sobre o setor, de iniciativa da Associação de Empresários e Executivos Brasileiros em Angola (AEBRAN), que terá como um dos objetivos apresentar a experiência do Brasil nesse seguimento.
AEBRAN promove fórum económico sobre Agronegócio https://t.co/3753I4CinT pic.twitter.com/W2g4OhpbQF
— Faces de Angola (@FacesDeAngola) 11 de setembro de 2018
Do ponto de vista angolano, o evento, segundo fontes nacionais, se enquadra no Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN 2018/2022), que tem como linha orientadora promover a diversificação da economia e reduzir a dependência do setor petrolífero.
De acordo com Gonçalves, especialista em países africanos, no que diz respeito às relações comerciais bilaterais, Angola se transformou em um grande mercado para o Brasil em, principalmente, dois níveis: o de bens de consumo, com a agricultura em primeiro lugar, e de serviços no domínio da construção civil. No entanto, em virtude dos inúmeros escândalos de corrupção envolvendo construtoras brasileiras, essa área de construção foi diretamente afetada.
"No domínio dos bens de necessidade imediata, é claro que o mercado não sumiu. Então, o Brasil, já várias vezes, colocou à disposição de Angola linhas de crédito para Angola fazer aquisições no Brasil. E uma dessas linhas de crédito foi renovada agora, pouco depois do começo do ano, quando os presidentes João Lourenço e Michel Temer se encontraram na Suíça, no Fórum Econômico Mundial. E ficou claro que Angola iria utilizar esse novo crédito de 1,5 bi de dólares, fornecido pelo BNDES, na medida em que tem a sua agroindústria em crise, nesse setor no Brasil, que é competitivo", afirmou o professor.
Nesse momento, ainda segundo o especialista, o Brasil aparece como "quinto parceiro nas importações angolanas", e, ao mesmo tempo em que se pensa na aquisição de bens de primeira necessidade, há também a perspectiva de uma atuação científica, com transferência de tecnologia, através da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que já teve uma presença mais forte no país africano.