Em entrevista à Sputnik Mundo, Tajeldine recordou que a intenção de ir contra as autoridades venezuelanas foi expressa de muitas maneiras, sublinhando que mesmo Donald Trump assegurou "não descartar uma invasão militar" à Venezuela.
"Por isso não deve surpreender a ninguém a revelação do New York Tomes que os EUA vêm trabalhando atrás de bastidores para levar adiante estes planos. Uma invasão militar não seria possível sem contar antes com uma força de traidores internos que se prestariam ao jogo", disse.
A intenção do The New York Times de "pescar em águas turbulentas" com estas declarações não surpreende, afirma o analista, mas, em compensação, "fica claro que todas as acusações feitas pelo presidente da República [venezuelana] e outros representantes do governo são verdadeiras".
"EUA vêm conspirando e não cessam com intenção de acabar com um governo que não responde a seus interesses", afirmou.
No entanto, o plano com militares fracassou, pois os EUA acabaram decidindo não apoiar. Uma das razões, detalha o analista, teria sido a inclusão de um dos militares venezuelanos contatados na lista de indivíduos sancionados por Washington.
O analista ressaltou que apesar destas estratégias, os Estados Unidos "até agora não conseguiram uma força importante para realizar seu objetivo". O apoio de militares se reduz a alguns indivíduos, "vários se encontram na prisão", recordou.
Após os 14 anos de presidência de Hugo Chávez e cinco de Nicolás Maduro, o fato de os EUA não terem sido capazes de derrubar os governantes venezuelanos "leva ao desespero destes grupos", desarticulados pela "eficiência da inteligência venezuelana", acrescentou Tajeldine.
"É um país que sofre um bloqueio financeiro e comercial, sofre da chantagem que os EUA exercem sobre a Colômbia e o Brasil, países com os quais a Venezuela tem tido relações comerciais históricas e interesses compartilhados", disse.
No entanto, graças a um "trabalho político intenso", segundo o especialista, estabeleceram-se ao longo de anos fortes laços comerciais com grandes potências como a China e a Rússia, ou médias, como o Irã e a Turquia.
"Isso lhe permitiu sobreviver e enfrentar estes choques econômicos. E agora a Venezuela está levando adiante mudanças na política econômica que poderão ter resultados imediatos", concluiu.