Segundo o autor do artigo do jornal israelense Haaretz, o incidente "poderia ter sido parcialmente provocado (intencionalmente) por uma notificação tardia de Israel", assim como por uma série de fatores, entre os quais, segundo o correspondente, uma possível falta de coordenação de ações entre a Rússia e a Síria.
Por sua vez, o Jerusalem Post observa que, antes, a retórica de Moscou em relação a Israel depois de incidentes envolvendo a aviação israelense não foi tão dura.
Ao mesmo tempo, o jornal reconhece que a versão segundo a qual a Força Aérea de Israel poderia intencionalmente ter usado uma "artimanha" militar para enganar a defesa antiaérea síria, faz certo sentido. Isso se deve ao fato de que a notificação sobre o ataque foi recebida pela parte russa menos de um minuto antes do próprio ataque, o que não permitiu a remoção imediata do Il-20 para uma zona segura.
O Jerusalem Post conclui que a tragédia gera problemas para Israel visto que surgiu o perigo de o "equilíbrio frágil poder mudar". Segundo a publicação, a Rússia deixa claro que o incidente não foi um erro, mas sim resultado direto dos ataques aéreos israelenses contra a Síria.
Outro jornal israelense, o Yedioth Ahronoth, ao contrário das publicações acima mencionadas, chama a versão de provocação deliberada de "infundada" e culpa as tropas do governo sírio pelo incidente.
No entanto, o jornal se mostra apreensivo com os rumores sobre possíveis entregas de sistemas de mísseis S-300 ao exército sírio, o que pode complicar as atividades da aviação israelense na região.
O Ministério da Defesa da Rússia disse nesta terça-feira (18) que os militares de Israel criaram deliberadamente uma situação perigosa usando a aeronave militar como um escudo contra os sistemas de defesa antiaérea da Síria.
O presidente da Rússia Vladimir Putin classificou o incidente como "sequência de circunstâncias trágicas".