A edição Vecernji List relembra que, no início da década de 90, os militares russos nem tinham com que se alimentar, enquanto as próprias Forças Armadas estavam em uma situação lastimável, o que foi provado pela Primeira Guerra da Chechênia.
Assim, a doutrina militar russa mudou significativamente em comparação com a dos tempos soviéticos. Se, por exemplo, na época da Segunda Guerra Mundial, o Exército Vermelho se esforçava por vencer os alemães pagando um enorme preço em vidas humanas, o exército de hoje dá valor a cada soldado, escreve o jornal. Ao mesmo tempo, adianta o autor Bernard Karakas, o exército russo continua sendo um dos maiores pelo número de efetivos e permanece líder absoluto em número de tanques.
A modernização de grande envergadura que começou em 2012 se focou principalmente em áreas específicas que escaparam ao olhar do Ocidente, assinala o jornalista.
Em particular, foi construído um dos melhores tanques no mundo, o T-14 Armata, destinado a reforçar a base das forças terrestres. Ademais, apareceu uma nova família de caças Sukhoi, inclusive com tecnologia furtiva, que têm todas as capacidades para combates os aviões norte-americanos F-22 e F-35.
"Com a nova geração de ogivas, os mísseis russos não apenas se tornaram mais destruidores, mas também passaram a ter maior alcance que seus análogos ocidentais. Por isso, os russos podem efetuar um ataque contra posições do inimigo de uma distância segura, ficando inalcançáveis", adianta a edição.
Para além disso, Bernard Karakas qualifica como "maior avanço" do exército russo a introdução dos sistemas de "combate do futuro", como os de guerra eletrônica, ciberguerra e os de tecnologia de ponta, nomeadamente, os drones. Estes aparelhos, por sua vez, são capazes de solapar as comunicações do inimigo, exercer influência psicológica nele ou ajudar os soldados a travar combates em áreas com severas condições climáticas, como no Ártico.
As manobras Vostok 2018 decorreram entre 11 e 17 de setembro sob o comando do ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, e envolveram militares russos, chineses e mongóis.