Uma parte significativa do mundo ainda não reconhece o Kosovo como um Estado de juri, mais de uma década após sua declaração unilateral de independência da Sérvia em fevereiro de 2008 — 117 dos quase 200 países do mundo reconhecem o Kosovo independente (o Brasil não é um deles). Quando se trata de organismos internacionais, no entanto, o Kosovo se sai um pouco melhor. Aproximadamente 58% dos países das Nações Unidas (111), 82% dos membros da União Europeia (23) e 86% dos estados membros da OTAN (25) reconhecem o país.
O presidente kosovar disse ainda que o movimento de reconhecimento por Israel seria visto com bons olhos pelos EUA, que recentemente aprovaram a realocação da embaixada americana para Jerusalém.
"Os laços da República do Kosovo com os EUA são excelentes. Eu me encontrei com o presidente Trump e sua abordagem conosco é a mesma do presidente anterior. Os EUA apóiam 100% o futuro do Kosovo", disse Thaci à Vizion Plus, uma organização de notícias na Albânia. "Se Kosovo fosse reconhecido por Israel, eu abriria a embaixada de Kosovo em Jerusalém", reforçou.
Israel é apenas mais um país na ONU a não reconhecer a independência da região sérvia. A lista inclui ainda outras nações como China, Rússia, Espanha, Brasil, Índia, Marrocos, Ucrânia, entre outros. O Kosovo tentou se juntar à ONU, mas a oposição russa e chinesa frustraram suas tentativas.
Impedimentos legais
"O Kosovo não é um Estado independente, de fato ou de direito. Foi separado da Sérvia após o bombardeio ilegal da OTAN em 1999 [à época da então Iugoslávia] e declarado independente em 2008, violando a Resolução 1244 do Conselho de Segurança da ONU", argumenta o colunista Nebojsa Malic à Sputnik. A resolução colocou o Kosovo sob a administração das Nações Unidas, mesmo ainda fazendo parte da Sérvia.
"Enquanto as autoridades da etnia albanesa em Pristina gostam de fingir que são independentes, o embaixador dos Estados Unidos garante que eles façam exatamente o que foi dito em todos os momentos", disse Malic. "Esta abertura a Israel é uma tentativa de desassociar o atual Kosovo do legado da 21ª Divisão de Montanha 'Skanderbeg' da Waffen-SS nazista e evitar enfrentar a responsabilidade pela limpeza étnica em massa de não-albaneses após a ocupação da OTAN em 1999", completa.