No âmbito de sua visita, Maduro participou do encerramento da XVI reunião da Comissão Mista entre os dois países, realizada em Pequim, onde anunciou a assinatura de 28 novos acordos entre os dois países nas áreas de petróleo, energia, mineração (ouro e ferro), tecnologias, educação, segurança, defesa e saúde.
"Os laços econômicos entre a China e a Venezuela são elementos-chave para a recuperação, mas também [o são] as políticas de segurança e de Estado. A política de ambos os países é de diplomacia para a paz e para a autodeterminação dos povos", disse Boza, âncora do programa "Boza con Valdez" no canal estatal Venezolana de Televisión.
Um Cinturão, Uma Rota
O economista lembra que Caracas decidiu se juntar à iniciativa chinesa denominada Um Cinturão, Uma Rota, um projeto global de investimentos do país asiático em infraestrutura, a que o Uruguai também se associou.
A iniciativa faz parte do projeto Nova Rota da Seda, considerado por alguns economistas como o "Plano Marshall da China".
Segundo Boza, Pequim tem uma forma de estabelecer relações totalmente diferente da dos EUA.
"A China não é como os Estados Unidos, não é uma potência agressiva, não invadiu nenhum país, não impôs condições em termos coercivos, mas a sua relação, como bem disse o presidente, [que segue] a doutrina do destino comum da humanidade, implica o respeito pela soberania", ressaltou o economista.
Pagar a dívida com petróleo
O analista sublinha que a China é o principal credor da Venezuela. Assim, nos últimos 10 anos, Pequim aprovou créditos a Caracas no valor de mais de 50 bilhões de dólares, dos quais a Venezuela ainda deve $21 bilhões, indicam os dados do Fundo Chinês, citados pela imprensa nacional.
Os dois países acordaram também que a China pagará à Venezuela qualquer excesso de petróleo que compre acima das cotas estabelecidas para cobrar a dívida de Caracas.
O líder venezuelano, por sua parte, disse que seu objetivo era aumentar a produção de petróleo nos próximos anos com apoio da China para entregar a Pequim um milhão de barris diariamente.