De acordo com Maduro, as relações entre China e Venezuela "são muito sólidas e robustas e apontam para um desenvolvimento maior" — e os acordos econômicos e memorandos de cooperação estão aí para provar as palavras do presidente venezuelano, chegando à margem dos 30.
O analista internacional Sergio Rodríguez Gelfenstein explicou à Sputnik Mundo que considerar a China parceiro estratégico é muito transcendente para a Venezuela, particularmente perante esforços extraordinários dos EUA de prejudicar interesses de Caracas.
"Sabe-se que há um bloqueio financeiro econômico contra a Venezuela no sistema financeiro internacional", fala o analista, acrescentando que o aumento do comércio com a China ajuda a Venezuela a continuar resistindo à agressão, imposta pelos EUA.
No âmbito dos acordos bilaterais, a empresa estatal venezuelana PDVSA cederá à Corporação Nacional de Petróleo da China (CNPC) 9,9% das ações de Sinovensa, uma empresa de produção de petróleo bruto estabelecida entre ambos os países.
A China já anunciou apoio para dinamizar o setor petrolífero do país caribenho em julho, investindo 250 milhões de dólares para aumentar a produção de PDVSA, afirmou o representante venezuelano.
Segundo Rodríguez Gelfenstein, as relações entre ambos os países não são apenas bilaterais, mas influenciam a América Latina em geral, já que a "China joga um papel mais transcendente" no palco internacional, sendo "potência global".
Além da América Latina, cada vez mais fortes estão as relações entre a China e a África, o que ficou claro no Fórum de Cooperação China-África. Xi Jinping declarou que "a China e a África devem se unir para forjar juntas uma comunidade" baseada nos princípios da responsabilidade, cooperação e convivência harmoniosa.
Segundo o analista, Washington está voltando a aplicar a Doutrina Monroe, que consiste no princípio da política exterior "América para os americanos".
Agora essa Doutrina não é mais destinada ao Reino Unido, e sim à Rússia e à China. Porém, Pequim está ciente da sua importância no desenvolvimento econômico na região latino-americana.
"O papel que pode ser desempenhado pela China consiste em apoiar, sustentar e respeitar os princípios do direito internacional e da Carta das Nações Unidas", destaca o especialista.
Apesar da interação econômica, a China e a América Latina avançam em sua compreensão cultural.
No entanto, a China está se aproximando deste e de outras realidades em cada país da América Latina com quem está fortalecendo relações. A compreensão de "desenvolvimento político, da sociedade, do Estado e de seu funcionamento" beneficiará avanço nas relações.