Inicialmente, o projeto da criptomoeda, cujo valor é vinculado ao preço do petróleo extraído na Venezuela, foi cunhado inclusive para tentar contornar as sanções impostas pelos EUA contra o país latino-americano.
A iniciativa recebeu uma reação contraditória por parte dos economistas, principalmente pelo fato dos detalhes de sua comercialização continuarem desconhecidos.
"Eu tenho acompanhado esse tema e tenho tentado encontrar pelo menos uma plataforma onde ele [petro] esteja sendo contado, onde esteja se definindo seu câmbio livre. Não consegui, em todos os mercados de criptomoedas", confessou o especialista.
De acordo com ele, isso pode estar relacionado com o pacote de sanções introduzido por Trump, em 19 de março de 2018, com o objetivo de conter o alastramento da ferramenta no mercado global.
Aliás, Golubovsky avaliou como "muito triste" a situação interna na Venezuela, que inclusive levou o país a buscar por novos caminhos de uma possível recuperação econômica.
"De fato, a situação que se vê lá hoje em dia é muito triste, na economia e, pelo visto, no colapso da administração estatal […] Por enquanto não há, mesmo na forma que eles queriam apresentar, quaisquer transações [com petro], mesmo no criptomercado. Nem falo sobre a passagem para os pagamentos internacionais clássicos, quando você troca uma moeda por uma criptomoeda e paga com a cripto", explicou.
O especialista propôs também um cenário interessante para o país bolivariano lidar com a dívida que está sufocando sua economia nacional.
"Por isso estou cético em relação a essas declarações. A ideia era boa, mas a realização, pelo visto, não foi consistente […] Provavelmente, tudo será banal e muito mais simples. Que eu saiba, Maduro acabou de receber 5 bilhões de dólares da China, acabou de fazer uma visita lá. Acredito que as dívidas serão amortizadas através dos empréstimos chineses concedidos sob penhora do ouro e petróleo venezuelanos", disse o especialista, sem descartar uma situação em que Pequim possa lançar o petro nos mercados do seu país.
"É um país riquíssimo […] Tem que ser um pouco mais inteligente quando você governa um país desse tipo. Se pode comportar de modo diferente estando sob sanções. O Irã, por exemplo, tem se sustentado desde a época da Revolução Islâmica [1979], está são e salvo a até consegue florescer de vez em quando. Neste caso, as próprias pessoas que governam o país [a Venezuela] não passaram pela prova de sobrevivência, devemos entender isso muito bem", resumiu.