Ministro do Irã ironiza pedido dos EUA por novo acordo após violarem o último

© Sputnik / Grigory Sysoev / Acessar o banco de imagensMinistro das Relações Exteriores do Irão Mohammad Javad Zarif
Ministro das Relações Exteriores do Irão Mohammad Javad Zarif - Sputnik Brasil
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O chanceler do Irã, Mohammad Javad Zarif, criticou os pedidos dos Estados Unidos por um novo tratado com Teerã e criticou Washington por violar suas obrigações ao se retirar do acordo nuclear (JCPOA). Ele disse ainda que os EUA "só zombam de pedidos pela paz".

"Os EUA chamam o JCPOA de 'um acordo pessoal entre dois governos', alegando que 'procura um tratado'. Errado. É um acordo internacional consagrado em uma resolução do CS [Conselho de Segurança] da ONU. Além disso, os EUA também violaram suas obrigações com o tratado e enfrentam 2 processos na ICJ. Aparentemente, apenas zombarias dos EUA pedem pela paz", escreveu Zarif no Twitter na quinta-feira.

O tweet de Zarif foi acompanhado por um vídeo mostrando um manifestante sendo removido de uma conferência na quarta-feira. Na conferência, o enviado especial dos EUA para o Irã, Brian Hook, disse que espera que os EUA assinem um novo acordo com o Irã para limitar os programas nucleares e de mísseis balísticos do país.

"O novo acordo que esperamos poder assinar com o Irã, e não será um acordo pessoal entre dois governos como o último: buscamos um tratado", declarou ele, antes de uma reunião do Conselho de Segurança da ONU em Nova York na próxima semana, presidido pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

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Hook comentou na quarta-feira que os líderes iranianos não pareciam interessados em conversar com os EUA. As palavras de Zarif na quinta-feira parecem ter provado que ele estava certo.

Trump retirou unilateralmente os EUA do Plano de Ação Compreensivo Conjunto (JCPOA), ou acordo nuclear com o Irã, em maio. O acordo, assinado pelos EUA, Irã, China, França, Rússia, Reino Unido e Alemanha, garantiu ao Irã o alívio das sanções em troca da suspensão de seu programa nuclear.

Desde a retirada, Washington reaplicou as sanções econômicas à República Islâmica no mês passado, com uma nova rodada a ser aplicada em novembro. As sanções, descritas por Trump como "as sanções mais severas já impostas", têm como alvo o setor de energia vital do Irã, rico em petróleo.

"As sanções do Irã foram oficialmente lançadas. Essas são as sanções mais severas já impostas e, em novembro, aumentaram ainda mais. Qualquer pessoa que faça negócios com o Irã NÃO fará negócios com os Estados Unidos. Eu estou pedindo por PAZ MUNDIAL, nada menos!", sublinhou Trump. 

Além disso, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, anunciou a criação do Grupo de Ação do Irã, um esforço para apoiar grupos de oposição no Irã. O assessor de Segurança Nacional, John Bolton, negou que os EUA estejam buscando uma mudança de regime, mas prometeu que os EUA fariam "outras coisas" para forçar "uma mudança maciça no comportamento do regime".

Desde a reimposição das sanções, o governo iraniano tem relutado em confiar em qualquer abertura dos EUA à paz. O presidente iraniano, Hassan Rouhani, disse no mês passado que o Irã não negociará com Washington enquanto é sancionado ao mesmo tempo, descrevendo táticas como "guerra psicológica [contra] a nação iraniana", acrescentando que "o chamado de Trump para conversas diretas é apenas para consumo doméstico na América [...] e para criar o caos no Irã".

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Com sanções que pressionam a economia do Irã, Teerã entrou com um processo no Tribunal Internacional de Justiça em Haia, na Holanda, no mês passado. O governo iraniano alega que as sanções violam um tratado assinado entre o Irã e os EUA em 1955, denominado Tratado de Amizade e Relações Econômicas.

Pompeo descreveu a ação do Irã como "uma tentativa de interferir nos direitos soberanos dos EUA".

"Os processos instaurados pelo Irã são um mau uso do Tribunal", acrescentou.

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