O autor da matéria, Patrick Cockburn, sublinha que "na realidade a Rússia sempre foi mais forte do que parecia", pois mesmo depois do colapso da União Soviética o país permaneceu uma nação nuclear, "capaz de destruir o mundo".
"O regresso da Rússia como uma grande potência sempre foi inevitável, mas foi acelerado pelo oportunismo bem-sucedido e erros crassos dos países adversários", acredita o colunista.
O jornalista frisa que Vladimir Putin é capaz de firmar um acordo com a segunda maior potência militar da OTAN, a Turquia, sem qualquer referência aos Estados Unidos ou a outros membros da Aliança.
Cockburn acha que o documento assinado dá à Turquia uma relativa liberdade para ampliar sua presença militar no norte da Síria, mas Ancara poderá fazer isso apenas com a aprovação de Moscou.
Na segunda-feira passada (17), os presidente russo e turco, Vladimir Putin e Recep Tayyip Erdogan, tiveram um encontro na cidade russa de Sochi, onde acordaram criar até 15 de outubro uma zona desmilitarizada ao longo da linha de contato entre a oposição armada e as forças governamentais sírias na província de Idlib, enquanto os ministros da Defesa dos dois países assinaram um memorando sobre a estabilização da situação na zona de desescalada de Idlib. Entre 19 e 21 de setembro, os militares russos e turcos se encontraram em Ancara e definiram as fronteiras da futura zona desmilitarizada.