A morte de Vanessa Campos é um dos exemplos dos efeitos da lei aprovada em 2016 que resultou na redução da clientela e na queda dos preços, forçando o trabalho em condições inseguras para as profissionais, o que foi o caso de Vanessa.
Vanessa Campos, uma prostituta transexual morta no dia 16 de agosto de 2018 em um dos maiores parques da capital francesa, tornou-se símbolo do protesto contra a lei aprovada em 13 de abril de 2016, que deveria ser "um reforço para lutar contra a prostituição", mas, de fato, muda toda a filosofia da prostituição.
Elas ainda reclamam sobre a diminuição de clientes, o que as obriga a aceitar sexo desprotegido e clientes com quem nunca sairiam antes, além da redução dos preços. Segundo cita Natalie, presidente do "Les amis du bus des femmes" (Os amigos do ônibus das mulheres) associação dos profissionais do sexo, em artigo publicado pela Sputnik França, poucas negociam o preço com os clientes. Natalie ainda afirmou que "agora há apenas clientes ruins e não há tempo para negociar por termos que sair antes de a polícia chegar. Você somente consegue discutir os termos se sabe o que está fazendo: práticas, tarifas e uso de preservativos. E tudo caba em nada, já que os clientes estão agora enfrentando multas".
A única certeza é que a prostituição permanece sendo lucrativa. Segundo uma pesquisa de 2015, as redes de prostituição na França movimentaram aproximadamente 3,2 bilhões de euros, dos quais a França recebeu 1,2 bilhão. O ministro do Interior estimou que a máfia "tem faturado" de 1 a 2 bilhões de euros.
Apesar do plano de "combate à prostituição", que oferece assistência para integração profissional, ajuda de custo mensal de 330 euros e um emprego temporário de seis meses, elas não parecem muito interessadas, já que somente 40 pessoas deixaram a prostituição, conforme indicações de associações e ONGs, incluindo a organização Médicos do Mundo.