O presidente ucraniano visitou a base da Guarda Costeira dos EUA em Baltimore, onde teve lugar a cerimônia de entrega a Kiev de duas lanchas de patrulha descomissionadas.
"A Ucrânia é de fato o flanco oriental da OTAN, e este gesto de apoio reforçou a cooperação militar entre nossos países", disse Poroshenko.
Poroshenko afirmou que até hoje Kiev já recebeu de Washington mais de um bilhão de dólares como "apoio à segurança", inclusive como assistência à reforma do setor de defesa ucraniano e à introdução da lei sobre segurança nacional. Segundo ele, o exército da Ucrânia está se tornando compatível com Forças Armadas dos EUA e com a OTAN.
Em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, o politólogo Aleksei Bychkov comentou que a declaração de Poroshenko é uma tentativa de apresentar seus desejos como realidade, o que também está relacionado com as futuras eleições na Ucrânia.
"A história não admite o modo subjuntivo, mas a Ucrânia em perspectiva poderia se ter tornado um posto avançado da OTAN nas fronteiras europeias orientais da aliança, fechando o assim chamado anel da OTAN em redor da Rússia. Mas os acontecimentos de 2014 embaralharam todas as cartas, frustrando esses planos", disse o politólogo.
Para ele, se hoje a Crimeia fosse território ucraniano, em vez dos navios russos lá estariam os navios da OTAN. Porém, não aconteceu assim.
A entrega de armas e embarcações à Ucrânia é uma tentativa de não a deixar de fora e de mostrar seu interesse pelo seu reforço, segundo dizem. No entanto, o país recebe equipamento obsoleto, já inútil para o exército dos EUA, sublinhou Aleksei Bychkov, acrescentando que em vez de ser reciclado ele é enviado à Ucrânia e outros países que querem aderir à OTAN.
O interesse da Ucrânia pela OTAN vem aumentando desde 2014, quando o governo pró-ocidental de direita chegou ao poder. Os deputados da Suprema Rada adotaram emendas às leis que anteriormente estabeleciam o estatuto da Ucrânia como país não-alinhado. Em 2016, a entrada do país na OTAN foi oficialmente reconhecida como objetivo da política externa do país.
Por sua vez, o ex-secretário geral da OTAN, Anders Fogh Rasmussen assinalou que, para aderir à aliança, a Ucrânia deve cumprir várias exigências, cuja realização pode demorar anos. Segundo vários especialistas, Kiev precisará de ao menos 20 anos para fazê-lo.