A produção de petróleo na Rússia sofrerá uma drástica redução nos próximos 19 anos e inclusive poderia desaparecer por completo do mercado global, afirma Mohammed bin Salman Saud. No entanto, Kudlow declarou que "a melhor maneira de desafiar a Rússia" é transformar Washington em uma poderosa potência energética e expulsar Moscou do mercado europeu.
"Alguns gostariam de acreditar que um terrível segredo do presidente russo, Vladimir Putin, veio à tona. Mas sou forçado a desapontar aqueles que sonham em eliminar a Rússia como uma potência energética", comentou Danilov.
"Ele pode ter chegado a esse número de alguma outra maneira, mas em qualquer caso, suas palavras são muito arriscadas e irrealistas, porque se baseiam na ideia de que o petróleo nunca será encontrado em nenhuma outra parte da Rússia, que suas prováveis e possíveis reservas nunca se consolidarão em algo real, e a Rússia permanecerá no mesmo nível de tecnologias de produção, o que impedirá o acesso a [novas] reservas", disse o colunista.
Tendo em conta as perspectiva dos projetos petrolíferos russos e o gás no Ártico e na Sibéria, esse roteiro apocalíptico não deve ser considerado absolutamente viável.
Ao anunciarem que a empresa de petróleo estatal saudita Aramco será listada na bolsa de valores em 2021, fica claro que o príncipe Mohammed bin Salman Saud tentou promover as ações da estatal, e fez uma avaliação negativa das perspectivas da Rússia de promover seu produto e apresentar à companhia saudita como um investimento confiável e promissor, afirma o colunista.
Enquanto que para o assessor de Trump, essa situação é totalmente diferente. Trata-se de um plano extremamente hostil contra Moscou, relata Danilov.
O único interesse de Washington é trocar o gás russo pelo GNL [Gás natural liquefeito] americano, enfatiza o colunista.
Apesar da pressão dos EUA sobre a União Europeia, o Nord Stream 2 (Corrente do Norte 2) está sendo construído e, de acordo com a empresa russa Gazprom, os investimentos necessários para o projeto do gasoduto foram financiados em quase 70%, o que torna quase impossível a interrupção do programa nesse estágio.
A tentativa de forçar os europeus a comprarem GNL americano por preços altos, em detrimento de seus próprios interesses econômicos, não parece muito plausível. Esses dois fatores contribuem para o fracasso do plano para diminuir a presença energética russa no território europeu.
O colunista também menciona a política de desdolarização recentemente anunciada pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.
A proposta de Kudlow de expulsar a Rússia do mercado mundial de gás falha em uma realidade onde o GNL russo produzido em um projeto do Ártico foi para os Estados Unidos.
"A Rússia é uma superpotência energética, e o fato de algumas autoridades estrangeiras sonharem com a sua retirada do mercado apenas confirma a importância da presença russa nos principais mercados de energia do planeta", concluiu Danilov.