Não fazia questão de esconder
O chefe da Agência Central de Inteligência (CIA) entre 1953 e 1961, Allen Dulles, além de supervisionar uma das operações mais notórias e sangrentas da Guerra Fria, encontrou também um tempo para se envolver em inúmeros "casos privados". Ele havia se envolvido com a rainha Frederica da Grécia, que em 1958 veio para os Estados Unidos e se encontrou com ele na sede da CIA. Eles foram pegos no escritório dele, alegadamente escondidos no quarto de vestir.
Embora esse envolvimento não tenha sido divulgado pela mídia, as tendências promíscuas de Dulles eram muito conhecidas em Washington, as quais ele não fazia nenhum esforço de esconder, incluindo de sua esposa, Clover.
"Allen estava morrendo em 1969 e eles tiveram uma festa de Natal em sua casa", onde foi encontrado "deitado na cama ensopada de urina e fezes, completamente fora de si" e a única preocupação da esposa foi com o cobertor que havia ficado sujo, relatou Robert Crowley, Chefe da Diretoria de Operações Clandestinas da CIA.
Surpresa para todos
Em 1964, o diplomata francês Bernard Boursicot, que trabalhava na China, foi seduzido pela cantora de ópera chinesa Shi Pei Pu, em uma recepção na embaixada, que posteriormente deu à luz seu filho. Durante a Revolução Cultural Chinesa, Boursicot foi abordado por um membro dos serviços secretos chineses que sugeriu que Shi estaria em perigo se ele não entregasse documentos confidenciais à China, ele acabou entregando 150 arquivos. Em 1983, o casal foi preso e sob interrogatório admitiram espionar para a China.
A maior das surpresas reveladas, até mesmo para Boursicot, foi que Shi era um homem e seu filho havia sido comprado no mercado negro. Eles foram condenados e presos por seis anos.
"Ele fez tantas coisas contra mim sem nenhuma pena de mim, acho que é estúpido jogar outro jogo agora e dizer que estou triste. O prato está limpo agora. Eu estou livre", disse ele.
Favores sexuais em troca de informação
Em outubro de 2008, um tribunal sul-coreano condenou Won Jeong-hwa a cinco anos de prisão por roubar arquivos secretos. Apresentando-se como uma desertora norte-coreana, Won chegou a Seul em 2001 e foi rapidamente enviada em uma excursão de palestras, informando chefes militares sul-coreanos sobre a sociedade norte-coreana e os perigos do comunismo.
No julgamento, ela afirmou ter sido especialmente treinada em infiltração e foi acusada de tentativa de assassinato de um oficial sul-coreano em Hong Kong com um afrodisíaco misturado com veneno, além de tentar matar Hwang Jang-yop, ex-responsável pela ideologia do Partido Comunista norte-coreano. Ao todo, foram encontrados em seus pertences 23 cartões de visita de oficiais sul-coreanos. Pyongyang negou veementemente que Won fosse uma agente, chamando-a de traidora por deixar o país e a xingando por manchar a imagem do Norte.
Colunista Kit Klarenberg para a Sputnik.