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Russos que vivem no Brasil contam seus medos e esperanças na possível eleição de Bolsonaro

© REUTERS / Ricardo MoraesJair Bolsonaro, candidato à Presidência do Brasil, ao votar no primeiro turno das eleições, em 7 de outubro de 2018
Jair Bolsonaro, candidato à Presidência do Brasil, ao votar no primeiro turno das eleições, em 7 de outubro de 2018 - Sputnik Brasil
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O que pensam os russos naturalizados no Brasil sobre a possível chegada de Jair Bolsonaro ao poder? A Sputnik consultou alguns dos 200 mil residentes russos no país para saber a resposta.

Assim, uma funcionária do Centro de Cultura Eslava no Rio de Janeiro, Valeria, confessa que, por enquanto, os seus conterrâneos no Brasil não sabem qual será o seu futuro caso o candidato do PSL ganhe no segundo turno.

Jair Bolsonaro, candidato à Presidência do Brasil, participa de um comício perto de Brasília, em 5 de setembro de 2018 - Sputnik Brasil
Como será relação russa com Brasil caso Bolsonaro seja presidente?
"A população russa [do Brasil] está polarizada da mesma maneira que a brasileira. Há quem tenha medo que Bolsonaro imponha uma ditadura no país e que haja prisões e assassínios sem motivo", conta.

"É verdade que Bolsonaro é bem duro. Mas é difícil dizer o que ele realmente fará quando chegar ao poder. No que se trata das relações com a Rússia, não ouvi nada sobre isso em seu programa eleitoral", acrescenta a moça.

Já de acordo com Dmitry Lobkov, presidente da Associação de Conterrâneos Russos no Paraná e Curitiba, em geral os russos naturalizados brasileiros têm uma atitude bastante boa para com Bolsonaro.

"Ele representa a extrema-direita, não abafa seu ódio para com as ideias de esquerda a para com todos os que as propagam. Caso ele chegue ao poder, devemos esperar por uma nova 'caça às bruxas' e demolição de muitas conquistas democráticas. Entretanto, muitos brasileiros o apoiam, pois estão fartos de viver em um país em que as ruas são controladas por bandidos", opinou ele à Sputnik.

Enquanto isso, entre as prioridades da política exterior do programa do candidato foram enumeradas as seguintes medidas — a recusa de cooperar economicamente com regimes autoritários e aproximação com os EUA, a Itália e Israel.

"Como exemplos para seguir na esfera da ciência, tecnologia e inovações são indicados o Japão, a Coreia do Sul e Taiwan. Quanto aos países do grupo BRICS, onde além do Brasil há a Rússia, a Índia, a China e a África do Sul, não tem nenhuma palavra", observou Lobkov.

Contudo, o entrevistado afirma que a Rússia e os demais países dos BRICS continuam com perspectivas reais de cooperação econômica com Brasília mesmo no caso da eleição de Bolsonaro, pois ele se manifesta pela abolição do monopólio da Petrobras no mercado de gás natural, o que abre novas oportunidades para Moscou.

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